3 de março de 2010

Lula x Serra

O presidente Lula e o governador José Serra (PSDB), travaram disputa de programas na inauguração de fábrica de máquinas agrícolas em Sorocaba. Lula e a pré-candidata à sua sucessão pelo PT, a ministra Dilma Rousseff, apontaram projetos do governo federal como o Programa de Aceleração Econômica, o Mais Alimentos, que financia tratores para agricultura familiar, e o Minha Casa Minha Vida, de moradias, como responsáveis por evitar a crise.

Serra citou investimentos em programas habitacionais, geração de empregos e formação profissionalizante que teriam contribuído para a decisão da empresa, ligada ao grupo Fiat, de voltar a São Paulo - uma unidade menor foi fechada há 10 anos. Nos discursos, ambos assumiram a “paternidade” da fábrica, que custou R$ 1 bilhão e vai gerar 6 mil empregos.

No primeiro evento em que Serra e Dilma se encontraram depois que a ministra assumiu a pré-candidatura - e depois de seu crescimento nas pesquisas, segundo o instituto Datafolha - foi Lula quem se portou como candidato.

Na fábrica, ele abraçou funcionários e foi ovacionado, deixando Serra pouco à vontade. Fez questão de examinar peças e apanhar um bico de solda, mostrando familiaridade com processos industriais. Depois, subiu numa colheitadeira com o presidente mundial da Fiat, Sérgio Marchionne. Serra repetiu o gesto, sozinho.

Lula ainda alfinetou o tucano. “Não vacilei em comprar o banco do Serra (Nossa Caixa, que pertencia ao governo do Estado). Se tivesse mais bancos para vender, eu ia comprar para transformar o Banco do Brasil no banco mais importante para financiar o crédito'.

Terrorismo e futebol

Mais tarde, em São Paulo, o presidente pediu para que não acreditem “na ideia imbecil” de que seu sucessor pode “estragar tudo”. “A eleição não pode mais causar qualquer sinal de terrorismo”. Sem dar nomes, classificou de “terroristas” os que tentam associar crescimento nas intenções de voto a problemas na economia. “Mentiram tanto que um dia o povo não acreditava mais em mim”.

O presidente comparou a situação do País antes de seu governo à do Corinthians, que perdeu para o Santos por 2 a 1 no domingo. “O Brasil estava naquela época como o time do Corinthians está hoje, pesado, assustado com a leveza daquela molecada do Santos.”

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