3 de março de 2010

Kassab só faz um terço das reformas de ponte previstas para 2009

O prefeito  de São Paulo Gilberto Kassab DEM, só  reformou apenas três de nove pontes e viadutos da cidade que havia prometido, em agosto passado, com previsão de entrega em dezembro. E mesmo nas estruturas que receberam o serviço, já há sinais de que a recuperação precisa ser refeita: as pontes têm infiltrações de água e armaduras metálicas expostas.

Essas reformas fazem parte de um pacote de manutenção das estruturas viárias da capital, fruto de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a Prefeitura e o Ministério Público Estadual em 2007. O pacote prevê que, até 2017, 58 pontes e viadutos, alguns construídos na década de 1950, passem por recuperação. O primeiro lote de reformas, com sete unidades, terminou em agosto do ano passado. Na época, a Prefeitura se comprometeu a recuperar mais nove locais até o último mês de dezembro.

Nos nove endereços (veja quadro ao lado), há desde trabalhos quase prontos a serviços que não começaram. Apenas as reformas das pontes do Limão e do Tatuapé, ambas na Marginal do Tietê, e do Viaduto Florêncio de Abreu, no centro da cidade, foram concluídas.

Este último é o que teve a restauração de melhor qualidade, na avaliação do engenheiro civil Marcos Monteiro, professor do Instituto Mauá de Tecnologia e presidente da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece). Ele foi com a reportagem avaliar a reforma realizada nos três locais. O serviço não apresenta sinais de rachaduras nem infiltrações. Na Ponte do Limão, no entanto, o engenheiro observou que a armadura metálica, responsável pela sustentação da ponte, já está exposta. “Provavelmente, o impacto de algum caminhão derrubou a proteção de concreto”, afirmou. Segundo ele, a armadura exposta, associada a fatores típicos da capital, como chuva e os elementos químicos presentes na poluição, podem oxidar a estrutura - o que traz, a médio prazo, a necessidade de nova reforma.

Já na Ponte do Tatuapé, o especialista fez restrições à qualidade do concreto. Na estrutura sob a pista local da marginal, no sentido da Rodovia Castelo Branco, há infiltrações. “Isso é sinal de que a proteção de concreto pode estar comprometida”, apontou Monteiro. Dessa forma, o concreto pode perder a função de proteger a armadura metálica, o que também traz a necessidade de mais obras. A ressalva que o engenheiro fez é que a vistoria feita foi apenas visual. Para avaliar a totalidade do serviço, seria preciso checar a estrutura metálica, que fica sob o concreto. “A reforma pode ter sido superficial e a armadura estar oxidada”, disse.

O orçamento para obras de emergência no sistema viário da capital para o ano passado era de R$ 3,9 milhões, mas só R$ 1,3 milhão foram efetivamente gastos. De acordo com Monteiro, os custos de obras de recuperação de estruturas podem ser até 25 vezes maior do que o valor de reparos preventivos.

MEMÓRIA
1997 - Sob risco de desabar, a Ponte dos Remédios é interditada, bloqueando a Marginal do Tietê

2005 - A Prefeitura congela, por seis meses, a verba destinada à manutenção das pontes

2006 - Levantamento da Prefeitura mostra que 90% das pontes e viadutos precisam de algum serviço de reforma

2007 - A Prefeitura se compromete com o Ministério Público a recuperar 58 pontes em dez anos

2009 - Primeiro lote de reformas, com sete pontes, é entregue

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