Com 23 dos seus 55 vereadores declarados candidatos nas eleições de outubro, a Câmara Municipal reservou este ano, para serviços de comunicação, verba 111% maior que a aplicada de 2009. A elevação se deve principalmente à contratação de agência de publicidade, por até R$ 17 milhões anuais, que será responsável por fazer “serviço inédito e totalmente apartidário” de divulgação institucional da Casa, segundo o 1º vice-presidente, Dalton Silvano (PSDB). Outros R$ 17 milhões serão usados na TV Câmara.
No orçamento atualizado do Legislativo, a verba de comunicação é de R$ 36,8 milhões. Em 2009, quando ainda não havia departamento de comunicação, o orçamento inicial da área era de R$ 13,97 milhões, atualizado depois para R$ 17,47 milhões - menos da metade do atual. Desse total, foram liquidados (quando o serviço já foi feito) até novembro, último mês com balancete disponível no site da Prefeitura, R$ 11 milhões.
Ontem, começou concorrência para escolha da agência que fará a publicidade da Casa. Das cinco firmas habilitadas, duas têm ligação com o PSDB, a Lua Branca e a Contexto. A primeira atuou nas gestões tucanas no Estado e a segunda tem como clientes, por exemplo, CPTM, EMTU e Nossa Caixa. As outras três são MSantos, Octopus e Central Business. “O contrato será com a Câmara, para fazer divulgação institucional prevista em lei, e não com vereadores”, afirmou Zeca Freitas, da Contexto.
O departamento será vinculado ao Centro de Comunicação Institucional (CCI), subordinado à Mesa Diretora. A CCJ tem como diretor o jornalista Emílio Ivo Ulrich, ex-funcionário do gabinete de Silvano e doador de R$ 3.800 a sua campanha em 2008. Ulrich era coordenador de Assistência Social da Subprefeitura da Vila Mariana desde 2006. Durante a CPI dos Bingos na Câmara, em 2007, chegou a ser acusado por funcionário da subprefeitura de ordenar pedido de dinheiro ao advogado de bingos Jamil Chokr. A denúncia, negada pelo jornalista, nunca foi comprovada pela comissão.
“O diretor é pessoa de extrema competência. Não haverá caráter partidário nos trabalhos do departamento. O que queremos é dar publicidade ao que é feito na Câmara e não é de conhecimento da sociedade”, afirmou Silvano.
