1 de novembro de 2008

Até fim uma revista do Brasil conta o que a imprensa do exterior diz há tempos

As vendas seguem em alta, o desemprego é o menor em dez anos e, se tudo der errado, o Brasil ainda crescerá 3% em 2009


basta olhar com atenção os indicadores macroeconômicos para enxergar o problema sob novos ângulos. Nas apresentações que tem feito, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, descarrega slides com uma profusão de números. O ritmo atual do crescimento do PIB, pela taxa acumulada em quatro trimestres, ainda é de 6%. E a produção industrial avança 6,6% - no setor de bens de capital, que antecipa grandes investimentos, a taxa chega a 18%. "O Brasil vem num ritmo tão forte que, por maior que seja a freada, ela não será capaz de produzir um crescimento abaixo de 3% em 2009", prevê Francisco Lopes, ex-presidente do BC. Para um país que já tem um PIB superior a US$ 1,3 trilhão, 3% não seria nada mal - aliás, essa tem sido a média do governo Lula. A perspectiva favorável continua animando investidores de longo prazo. Na semana passada, em São Paulo, um leilão de concessões rodoviárias movimentou R$ 11,5 bilhões, com deságios de quase 55% nos pedágios. No Salão do Automóvel, a Toyota também confirmou a construção de uma segunda fábrica no Brasil. "Essa crise não deve ser importada", diz o economista Roberto Macedo, da USP. A mensagem implícita é uma só: quem não souber dirigir na neblina, ficará para trás.

A seguir, a safra de lucros recorde e as histórias de grandes vendedores

NOS ÚLTIMOS DIAS, OS PROGNÓSTICOS apocalípticos a respeito do fôlego da economia brasileira foram combatidos por uma série surpreendente de balanços divulgados por bancos e empresas de setores tão diversos quanto mineração, telecomunicações, equipamentos industriais, têxtil, alimentos, beleza, peças automotivas, energia – para ficar só em alguns exemplos. Se você achava que o Brasil estava prestes a mergulhar numa crise sem precedentes, observe com atenção os números a seguir. A Companhia Vale do Rio Doce obteve no terceiro trimestre lucro de R$ 12,4 bilhões, o que representa uma disparada de 167% ante o mesmo período do ano passado. É o melhor resultado alcançado, em todos os tempos, por uma empresa da América Latina. Também de julho a setembro, o Bradesco lucrou R$ 1,9 bilhão, o terceiro melhor desempenho da história entre bancos brasileiros para o período trimestral. Durante a realização do Salão do Automóvel, em São Paulo, o presidente da Fiat, Cledorvino Belini, irritou-se com perguntas feitas por jornalistas sobre a derrocada financeira global. “Não vamos criar uma crise onde não existe”, disse Belini. Ele apresentou alguns indicadores à bancada dos pessimistas. “Essa crise tem mais de um ano e durante esse ano a indústria automotiva cresceu 26%. Em outubro, estamos com venda média diária 5% maior que a média diária do ano passado inteiro.” Até a semana passada, 27 companhias cotadas na Bolsa de Valores de São Paulo haviam divulgado seus balanços trimestrais. Segundo a consultoria Economática, 18 delas ganharam dinheiro – algumas, muito dinheiro – nos últimos três meses (veja quadro).

Seria ingênuo dizer que o País está imune ao caos financeiro que contaminou nações dos cinco continentes (ninguém provavelmente está), mas a safra de lucros gigantescos é um indicador de que a economia brasileira continua forte. O Brasil tem muito a ganhar com a performance positiva de suas empresas. É fácil de entender. O lucro é o motor do capitalismo. Ele gera riqueza, permite às empresas investirem mais, estimula a criação de empregos e, no final do processo, favorece o crescimento do País. Quanto mais dinheiro as empresas ganharem, mais protegida fica a economia como um todo. O lucro, portanto, é algo que não deve ser comemorado apenas pelas companhias. “No sistema capitalista, o sucesso de uma nação é aferido pela existência de grandes empresas e pela rentabilidade de seus investimentos”, diz Alberto Borges Matias, professor de Finanças da Universidade de São Paulo e presidente do Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração (Inepad).



A safra de lucros gigantes
Enquanto os pessimistas se deixam levar pelo pânico no mercado, balanços de grandes empresas comprovam que a economia brasileira continua forte Leia tudo aqui

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