8 de julho de 2008

Investigação é aberta


A Corregedoria da Câmara vai analisar as denúncias de que o deputado Barbosa Neto (PDT-PR) se apropriou de parte dos salários dos servidores do seu gabinete e que desviou verba indenizatória. A decisão foi tomada ontem pelo presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que considerou as denúncias graves e ressaltou a importância de uma apuração detalhada sobre o suposto envolvimento do parlamentar nas irregularidades.

A entrada da Corregedoria nas investigações foi uma recomendação feita pela assessoria jurídica da Câmara, a partir de documentos e duas reportagens do Correio publicadas na semana passada. Agora, o corregedor da Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), analisará o caso e decidirá se houve: quebra de decoro — o que seria motivo para abertura de processo de cassação —, infração disciplinar, que caberia censura ou advertência, ou arquivamento. Não há prazo para Inocêncio decidir o desfecho do caso.

Em 29 de junho, o jornal revelou que Luciano Lopes Ribeiro, ex-chefe de gabinete do deputado, havia entregue ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, um dossiê com documentos, notas fiscais e gravações contra Barbosa Neto. Entre as acusações, estava a confissão de um funcionário de que a mulher do deputado, Ana Laura Lino, ficava com o cartão da conta-salário dele. Na mesma gravação, os pais do servidor admitem que ele só recebia R$ 400 dos R$ 7,8 mil do salário. Luciano afirma que outros funcionários no gabinete do deputado nem sequer trabalhavam.

Um dia após a primeira reportagem, o deputado Barbosa Neto partiu para o ataque e relevou a questão à disputa eleitoral. Como alvo, escolheu o colega parlamentar Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), adversário na briga pela prefeitura de Londrina. O deputado do PDT afirmou, em discurso realizado no plenário, que é alvo de acusações por estar bem avaliado na corrida eleitoral londrinense. E acusou Hauly de ter sido o mentor da denúncia.

Advogado
Três dias depois, na quarta-feira, o jornal noticiou que Barbosa Neto contratara, por quase R$ 100 mil, um advogado que atua em seus processos particulares para “analisar” projetos de lei. O ex-chefe de gabinete Luciano Ribeiro afirma que esse contrato, “fictício”, serviria para o deputado pagar honorários do próprio advogado. Ao jornal, Barbosa Neto não quis se pronunciar sobre essa denúncia.

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