16 de junho de 2008

Petrobras é a quarta entre as petrolíferas com ação em bolsa


Com as novas descobertas das reservas na Bacia de Santos, a Petrobras passou a ser a quarta empresa em valor de mercado entre as companhias petrolíferas com capital aberto. O valor de mercado atual da Petrobras, no dia 12 de junho de 2008, era de US$ 291,4 bilhões, atrás apenas da Gazprom, Petrochina e ExxonMobil, segundo dados da Bloomberg.

Em 2007, segundo estudo da PFC Energy, divulgado em janeiro deste ano, a empresa havia ficado na sexta posição entre as empresas de capital aberto do setor em relação ao valor de mercado.

O anúncio, na última quinta-feira, de mais uma descoberta de reserva de petróleo na área pré-sal, na Bacia de Santos, no poço de denominado Guará (BM-S-9), com volume estimado maior que a reserva de Tupi, teve pouco impacto sobre as ações da companhia. Os papéis preferenciais e ordinários da Petrobras subiram 1,59% e 1,96%, para R$ 45,90 e R$ 55,61, respectivamente, na sexta-feira. "O mercado só deverá precificar a nova descoberta quando a Petrobras anunciar oficialmente o tamanho das reservas", afirma Luiz Otávio Broad, analista da Ágora Corretora.

A corretora está com preço-alvo de R$ 66 para as ações PN da Petrobras, com potencial de valorização de 43,8% ante o fechamento da sexta-feira, o que não inclui a nova descoberta da reserva de óleo leve no campo Guará.

Até agora, a Petrobras anunciou apenas o volume estimado da reserva de Tupi, entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris. Somando essa quantidade à reserva atual comprovada, de 11,7 bilhões de barris, a Petrobras poderia passar do quarto para o segundo lugar no ranking das reservas das petrolíferas listadas em bolsa, superando a BP, com reservas de 17,6 bilhões, e atrás apenas da ExxonMobil, com 22,5 bilhões. Ao todo, as reservas de óleo e gás da Petrobras somam 13,9 bilhões.

De acordo com relatório do Citigroup, as descobertas de petróleo no bloco de Guará, podem fazer parte de uma estrutura maior na Bacia de Santos, com cerca de 30 bilhões de barris de petróleo equivalente. A Petrobras é a operadora do bloco, com 45% de participação, em parceria com a BG (30%) e a Repsol YPF (25%). Em abril, o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima, havia comentado que o volume da reserva de Carioca/Guará (BM-S-9), na Bacia de Santos, poderia ter até quatro vezes mais óleo do que a reserva de Tupi, o que daria em torno de 33 bilhões de barris.

Segundo analistas do mercado, esse bloco está situado em uma área que vem sendo chamada de Pão de Açúcar, que inclui os blocos de Bem-Te-Vi, Carioca (incluindo Guará), Parati, Tupi e Júpter, cuja reserva chegaria a 52 bilhões de barris.
Para Broad, as novas descobertas no pré-sal ainda não estão totalmente incluídas no preço da ação, que tem potencial de valorização. "A Petrobras tem hoje a maior perspectiva de aumento de produção entre as empresas do setor listadas em bolsa", diz.

No entanto, o analista da Brascan Corretora, Felipe Cunha, afirma que a relação preço/lucro (P/L) da empresa , usada para medir quão baratas ou caras estão as ações, já está alta em cerca de 14 vezes, enquanto o índice médio do setor é de 9,5 vezes. Ele destaca que as descobertas anunciadas são para horizonte de longo prazo, com previsão para início da produção entre 2015 e 2020. "As novas reservas só devem gerar receita para a empresa no médio e longo prazos", afirma.

A Brascan trabalha com preço-alvo de R$ 62,10 para as ações PN da Petrobras, que poderá ser revisado com o anúncio do potencial da reserva de Guará. Para um analista da Banif Corretora de Valores e Câmbio, cerca de 20% a 30% do impacto com as novas descobertas já foram precificados. A corretora tem preço-alvo de R$ 60,50 para as ações PN da Petrobras.

Diversificação do portfólio

Além das novas reservas, a Petrobras anunciou na semana passada a intenção de construir uma refinaria no Ceará para produção de diesel de melhor qualidade para exportação, além de nafta e gás liqüefeito de petróleo destinados ao atendimento do mercado interno. O projeto, avaliado para 2013 a 2015, deverá custar US$ 11 bilhões. Para o analista do Banco do Brasil Investimentos, Nelson Rodrigues, o projeto da refinaria é positivo para a empresa, porque vai permitir exportar um produto de maior valor agregado e ganhar em margem, além de alcançar a auto-suficiência no mercado interno na produção de diesel. "A exportação de óleo pesado, no último trimestre, apresentou um deságio em torno de 15%", diz.

Rodrigues ressalta que a empresa apresenta um nível baixo de alavancagem, cerca de 20%, o que garante capacidade para a realização dos investimentos.
A exploração das novas descobertas na área do pré-sal devem exigir investimentos bilionários. Porém, o preço do petróleo, na casa dos US$ 135 o barril, viabilizaria os investimentos.

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