19 de fevereiro de 2008

Supermercado puxa recorde do comércio em 2007


O setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo contribuiu com 3,2 pontos percentuais para o avanço de 9,6% registrado pelo volume de vendas do comércio varejista no ano passado. O segundo maior peso ficou com móveis e eletrodomésticos, grupo que contribuiu com 2,3 pontos percentuais para o total do comércio em 2007.

De acordo com Reinaldo Pereira, técnico da coordenação de serviços e comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os híper e supermercados se beneficiaram do aumento da massa salarial e da expansão do crédito, observados ao longo de todo o ano, inclusive com o aumento da utilização de cartões ligados às próprias empresas varejistas.

Os dois grupos contribuíram para que o comércio varejista fechasse com o melhor resultado da série histórica, iniciada em 2001. O patamar alcançado no ano passado foi mais significativo que os 9,3% de alta registrados em 2004. "A base de comparação em 2004 era baixa, com três anos seguidos de queda. Em 2007 o resultado foi mais significativo", explicou Pereira.

O resultado acumulado ao longo do ano foi puxado pelo desempenho do primeiro semestre, quando o comércio varejista subiu 9,8%, contra 9,5% nos últimos seis meses do ano. Pereira lembra ainda que o resultado do ano só não foi melhor porque as vendas de dezembro não foram melhores que as de novembro. Entre os dois últimos meses do ano, o volume de vendas não variou.

"Como explicar um novembro melhor que dezembro? Por conta da oferta de crédito e do aumento da renda, que fazem com que as pessoas não dependam mais do 13º salário para fazer as compras de Natal", ponderou Pereira.

Para Emerson Kapaz, consultor estratégico do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), o desempenho de dezembro impediu que o varejo fechasse o ano com aumento superior a 10% no volume de vendas. "Nossa projeção era de um crescimento de 9,7%, mas achávamos que poderia ficar acima dos 10%, o que não se concretizou, porque dezembro não foi tão bom quanto se imaginava."

Kapaz afirmou ainda que o crescimento do varejo em 2007 se baseou em três pilares: o aumento da massa salarial e da renda, a ampliação do crédito e o avanço da confiança do consumidor. A continuidade esperada para esses três fatores leva Kapaz a prever mais um bom resultado para o varejo este ano. O consultor trabalha com uma projeção de alta entre 6,5% e 7% para o volume de vendas em 2008.

"O ano de 2007 foi muito bom, mas o varejo deve continuar crescendo, a não ser que haja uma crise mundial", avalia Kapaz. "O crédito no Brasil hoje é de cerca de 34% do PIB, mas ainda bem abaixo da média mundial e a confiança do consumidor não deve mudar. A inflação poderia ser uma preocupação, mas não vejo os preços como fator de preocupação."

Pereira, do IBGE, acrescenta que, até o momento, o comércio brasileiro não mostra sinais de estar sendo afetado pela crise nos mercados dos Estados Unidos. "Não há indicações de que vá mudar (o movimento de alta das vendas)", disse.


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