22 de fevereiro de 2008

País está mais resistente


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que a passagem do Brasil de devedor para credor no cenário internacional aproxima o país do grau de investimento ("investment grade"). Segundo Guido Mantega, as reservas brasileiras atingiram US$ 188,5 bilhões, enquanto a dívida total do país é de US$ 184 bilhões, dos quais US$ 68 bilhões correspondem à dívida pública. "Estamos em condições também de suprir a dívida privada caso quiséssemos. E desses US$ 68 bilhões, há títulos com vencimento em 2045, enquanto o crédito que temos é à vista", afirmou Guido Mantega, visivelmente satisfeito ao acrescentar que o Brasil atingiu o posto de credor externo pela primeira vez na história.

Mantega afirmou que o cenário atual deixa o Brasil mais resistente às crises externas como a turbulência recente que atingiu a economia norte-americana e os mercados internacionais.

O ministro acredita que o investment grade pode chegar ainda este ano e garante que as reservas brasileiras continuarão a subir e que a taxa básica de juros, a Selic, terá trajetória de queda nos próximos dois ou três anos. "A nossa taxa básica poderá ser semelhante à do México, que é de cerca de 7% ao ano."

Mantega discordou da análise feita por alguns economistas, que ponderam que o melhor para o Brasil seria manter algum nível de endividamento. Segundo ele, os países de maior destaque na economia, como China e Rússia, têm grandes reservas e pouca dívida. "Prefiro a posição de ter um bom saldo de divisas, tanto que temos a política de elevar as reservas. Esta situação veio para ficar."

O ministro afirmou que embora a política de acumulação de reservas contribua para aumentar a dívida interna, ajuda também a diminuir o risco do país e, conseqüentemente, as taxas de juros.
Mantega não comentou os baixos patamares alcançados pelo dólar, que ontem fechou a R$ 1,712, menor valor desde maio de 1999, e os efeitos sobre o setor exportador. Mais cedo, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou que a taxa de câmbio é uma "pendência" com o setor exportador.

Segundo Paulo Bernardo, o Brasil passa por um momento bom, que leva a um grande fluxo de dólares para a economia brasileira. "Nós temos que rever isso com outros mecanismos. Estamos preparando a segunda fase da política industrial e o governo vai entregar a reforma tributária no Congresso na próxima semana", frisou Bernardo, sugerindo que o governo possa apresentar medidas para compensar o setor exportador.

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