A Coopercentral Aurora (Aurora Alimentos) iniciou o ano de 2008 disposta a se modernizar. A empresa pretende investir este ano R$ 100 milhões, sendo R$ 45 milhões em um empreendimento de rações. Em entrevista exclusiva a este jornal, o presidente da Aurora, Mário Lanznaster, afirma que, com os aportes, a empresa poderá "caminhar com as próprias pernas", uma vez que poderá atuar em segmentos em que antes precisava de parceiros, como lácteos e bovinos.
O mais novo investimento da empresa é a construção de uma fábrica de rações. Atualmente, a Aurora já tem três unidades que, juntas, produzem 60 mil toneladas por mês. Lanznaster explica que a nova unidade não ampliará a produção, mas barateará os custos. "Trata-se da modernização das plantas", diz. Segundo ele, com a construção em Cunha Porã (SC), a empresa desativará uma de suas unidades de rações de Chapecó (SC) - a outra está localizada também em solo catarinense: Quilombo. De acordo com o presidente da Aurora, a nova fábrica estará em um local mais adequado, de modo a evitar despesas em logística. A idéia, segundo Lanznaster é que em oito anos de economia com logística a fábrica esteja totalmente paga. Posteriormente, a Aurora pretende construir outra unidade de rações, mais moderna, em Chapecó, substituindo a existente, que tem quase 40 anos. Esta fábrica deverá ser construída apenas em 2010.
Segundo ele, a escolha por Cunha Porã se deu pela proximidade de uma base produtiva, formada por mais de 1, 4 mil avicultores, grande parte dos quais abastece o frigorífico de Maravilha.
A Coopercentral Aurora encomendou projetos industriais e equipamentos da indústria holandesa Van Aarsen e já despendeu € 2,5 milhão na importação dos principais equipamentos da fábrica de rações que incluem moinhos, misturador e peleteiras. Segundo Lanznaster, a unidade estará adaptada às exigências externas em relação à nutrição animal, permitindo que, com isso, a empresa possa ampliar suas exportações. Atualmente cerca de 20% da produção da Aurora é comercializada com o exterior - são 14 mil cabeças de suínos por dia e outros 415 mil frangos diariamente, que totalizam um faturamento mensal de R$ 185 milhões.
Do total investido, cerca de R$ 3,5 milhões foram para os equipamentos para o sistema de armazenagem de grãos. A unidade de Cunha Porã terá seis silos de armazenagem e unidade de processamento, com capacidade estática de armazenagem de milho de 24 mil toneladas. A expectativa da empresa é que a unidade movimente por ano R$ 110 milhões.
Modernização
Atualmente a Coopercentral Aurora possui 17 cooperativas filiadas, 79.583 mil associados e mais de nove mil funcionários, atuando no mercado de carnes suínas e de aves, de rações, de sucos, de pizzas e de laticínios, com um amplo mix de produtos. A empresa é a maior abatedora de suínos de Santa Catarina.
Lanznaster diz que este ano a empresa deve investir R$ 100 milhões em modernização. Além da nova unidade de rações, a empresa está ampliando o frigorífico de São Gabriel do Oeste (MS), onde são abatidos suínos e que também passará a industrializar bovinos. Com os aportes financeiros - da ordem de R$ 28 milhões -, a unidade passará de um abate de 1.050 suínos por dia para 1.850 animais diariamente. Também passará a industrializar bovinos, ramo em que atuava por meio de parcerias. "Vamos ampliar porque o mercado está exigindo, está ávido por este tipo de produtos", afirma o presidente da empresa.
Também para este ano a Aurora deve inaugurar sua unidade própria de lácteos. A fábrica de Pinhalzinho (SC) consumirá R$ 40 milhões para a industrialização de 650 mil litros por dia - transformados em queijo e leite UHT. Assim como a área bovina, no segmento de leite a Aurora atuava até o momento por terceiros.
