Os trabalhadores brasileiros encerram o ano de 2007 com um quadro confortável de trabalho. De acordo com a pesquisa mensal de emprego divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego nacional nas seis maiores regiões metropolitanas ficou em 8,2% da população economicamente ativa em novembro, o menor nível de desocupação de toda a nova série da pesquisa do organismo, iniciada em março de 2002. Projeção para dezembro é de uma taxa ao redor de 7%, devido à redução sazonal de empregos nesse período.
O número de pessoas ocupadas manteve-se em 21,4 milhões. Ante novembro de 2006, esse contingente ampliou-se 3,5% - o equivalente a 717 mil pessoas. A massa salarial dá sinais de que terá crescimento real próximo de 5%, mantendo a média dos últimos quatro anos, com aumento do número de postos de trabalho com carteira assinada superior ao do número de empregos sem carteira e com aumento do percentual de profissionais que permanecem na mesma empresa por mais de dois anos.
De acordo com cálculo da LCA Consultores feito com base nos dados do IBGE, entre janeiro e novembro, 68,1% dos trabalhadores das capitais permanecem na mesma empresa há pelo menos dois anos. No mesmo intervalo de 2006, o índice era de 67,2% e, em 2005, de 67,6%. O percentual de profissionais que se mantiveram na mesma empresa há mais de um ano e menos de dois foi de 11,5% no ano, mesmo índice verificado em 2006. Já o percentual de profissionais há menos de um ano caiu para 20,4%, ante 21,2% no ano passado. "Esse é um ótimo indicador de aumento da estabilidade no emprego. E o aumento do número de contratações com carteira assinada também corrobora esse cenário de estabilidade", afirma Fábio Romão, economista da LCA.
Conforme os dados do IBGE, em novembro, o número de contratações com carteira assinada aumentou 3,5%, enquanto as contratações sem carteira recuou 3,2%. O índice geral fechou o mês com alta de 7,6%. Na média dos 11 primeiros meses do ano, as contratações com carteira aumentaram 4,8% e as sem carteira tiveram uma queda de 1,3% em relação ao mesmo período do ano passado. A média total é de uma alta de 2,9%.
Romão observa que os números das capitais complementa os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que avalia o nível de emprego e desemprego em todo o país, e apurou, no acumulado de janeiro a novembro, um saldo de geração de novos empregos com carteira de 1,936 milhão, superando o recorde de 2004, de 1,875 milhão. "Essa comparação é importante porque boa parte dos empregos gerados e avaliados pelo Caged estão nas indústrias e no setor agropecuário, que têm participação menor nas capitais e, por isso, seu efeito não é sentido com tanta força", observa o analista. Já a pesquisa do IBGE aponta variação apenas nas áreas de serviços, com expansão nos segmentos de serviços prestados a empresas (5,7%), serviços públicos (7%) e outros serviços (5,1%).
O rendimento médio real habitualmente recebido pelos trabalhadores das seis regiões metropolitanas (R$ 1.143,60) cresceu 1,3% em relação a outubro e 2,4% em relação a novembro de 2006. A renda subiu em todas as categorias de ocupação, exceto a dos sem carteira de trabalho assinada, que permaneceu praticamente estável em relação a outubro. Já o rendimento real domiciliar per capita, (R$ 733,90) cresceu 2,8% no mês e 4,5% no ano. A massa de rendimento médio real habitual dos ocupados (R$ 24,6 bilhões) cresceu 1,9% no mês e 5,4% no ano. A LCA projeta para o ano um incremento real da massa salarial de 5,84% neste ano, em linha com a média de anos anteriores - de 5,94% em 2006, 4,66% em 2005 e 5,55% em 2004.
Conforme os dados do IBGE, a taxa de desemprego em novembro foi de 8,2%, com um contingente de desocupados de 1,922 milhão de pessoas. A população desocupada reduziu-se em 5% frente a outubro e em 12% em relação a novembro de 2006. Pela primeira vez em toda série da pesquisa, em um mês de novembro, o contingente de desocupados ficou abaixo de 2 milhões. A LCA projeta um nível de desocupação de 9,3% em 2007, ante 10% no ano passado.