O bilionário Ratan Tata, que produz de chá a software, tem negócios como TV a cabo e energia elétrica, e cujas empresas rendem o equivalente a quase 3% do Produto Interno Bruto (PIB) da Índia, pretende produzir automóveis no Brasil e está interessado no uso automotivo de biocombustíveis, segundo informou, em rápida entrevista ao Valor. Recém-nomeado co-presidente do Fórum de Altos Executivos Índia-Brasil, com o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, ele afirmou que quer atuar no Brasil em parceria com a Fiat. Ao responder se tem planos de fabricar carros com a marca Tata em fábricas brasileiras, admitiu a hipótese: "Talvez", disse, em tom de mistério.
Tata, que, como a maioria dos empresários indianos que conhece o Brasil, prefere o Rio de Janeiro a São Paulo, é avesso a entrevistas. Isso não impede que adore publicidade e faça, freqüentemente, aparições espetaculares para a mídia indiana, como pilotar um jato, pouco depois da compra da siderúrgica Corus - quando venceu uma disputa com a CSN pela empresa e tornou-se dono da quinta maior siderúrgica do mundo, consolidando a internacionalização da empresa que sua família controla há décadas.
Segundo empresários que ouviram Ratan Tata falar de seus planos para o Brasil, ele sonha em produzir também no mercado brasileiro um carro popular, a preços inferiores a US$ 5 mil.
Sua atuação, no país, começou uma subsidiária da Tata Consultancy Services (TCS), de serviços em informática, que começou a operar em sociedade com a brasileira TBA.
Tata também está associado à Marcopolo, em um projeto considerado modelo pelo governo brasileiro, pelo qual produzirá 25 mil ônibus com carroceria Marcopolo e chassis e motores Tata. A princípio avesso à idéia de construir ônibus inteiros, Tata se deixou convencer pelos executivos da Marcopolo, com quem negociou por pelo menos um ano. Ele fez com que os brasileiros aceitassem, porém, ficar com 49% da empresa, tornando-se o controlador da companhia, que a Marcopolo pretende manter como trunfo em uma eventual concorrência com montadoras chinesas no mercado internacional.
Tata também preside o órgão governamental encarregado de estimular investimentos estrangeiros na Índia e falou para o Valor quando saía da primeira reunião de altos executivos Índia-Brasil, na qual surpreendeu os empresários brasileiros com o entusiasmo com que defendeu o investimento de empresários indianos no Brasil.
Pergunta: Quais são seus planos para o Brasil?
Ratan Tata: Temos uma presença no setor de tecnologia da informação, em Brasília, estamos buscando uma presença no setor automobilístico, com a Fiat. No Brasil, isso significa fabricação de picapes e, eventualmente, carros de passeio.
Pergunta: Os senhores já vão começar a produzir picapes na fábrica da Fiat, na Argentina. Pretendem mover a produção para o Brasil também?
Tata: Bom, temos uma parceria no Brasil [com a Iveco, onde serão produzidos os motores para as picapes a serem montadas em Córdoba, na Argentina], então... Temos interesse também em veículos relacionados a biocombustível, é algo que não fazemos ainda.
Pergunta: Que tipo de biocombustível lhe interessa?
Tata: Etanol e biodiesel. Não fizemos nada nesse sentido, ainda, é apenas um interesse que temos. Pensamos em troca de conhecimentos nesse setor.
Pergunta: O senhor pensa em produzir carros com a marca Tata no Brasil?
Tata: Talvez.
Tata, que, como a maioria dos empresários indianos que conhece o Brasil, prefere o Rio de Janeiro a São Paulo, é avesso a entrevistas. Isso não impede que adore publicidade e faça, freqüentemente, aparições espetaculares para a mídia indiana, como pilotar um jato, pouco depois da compra da siderúrgica Corus - quando venceu uma disputa com a CSN pela empresa e tornou-se dono da quinta maior siderúrgica do mundo, consolidando a internacionalização da empresa que sua família controla há décadas.
Segundo empresários que ouviram Ratan Tata falar de seus planos para o Brasil, ele sonha em produzir também no mercado brasileiro um carro popular, a preços inferiores a US$ 5 mil.
Sua atuação, no país, começou uma subsidiária da Tata Consultancy Services (TCS), de serviços em informática, que começou a operar em sociedade com a brasileira TBA.
Tata também está associado à Marcopolo, em um projeto considerado modelo pelo governo brasileiro, pelo qual produzirá 25 mil ônibus com carroceria Marcopolo e chassis e motores Tata. A princípio avesso à idéia de construir ônibus inteiros, Tata se deixou convencer pelos executivos da Marcopolo, com quem negociou por pelo menos um ano. Ele fez com que os brasileiros aceitassem, porém, ficar com 49% da empresa, tornando-se o controlador da companhia, que a Marcopolo pretende manter como trunfo em uma eventual concorrência com montadoras chinesas no mercado internacional.
Tata também preside o órgão governamental encarregado de estimular investimentos estrangeiros na Índia e falou para o Valor quando saía da primeira reunião de altos executivos Índia-Brasil, na qual surpreendeu os empresários brasileiros com o entusiasmo com que defendeu o investimento de empresários indianos no Brasil.
Pergunta: Quais são seus planos para o Brasil?
Ratan Tata: Temos uma presença no setor de tecnologia da informação, em Brasília, estamos buscando uma presença no setor automobilístico, com a Fiat. No Brasil, isso significa fabricação de picapes e, eventualmente, carros de passeio.
Pergunta: Os senhores já vão começar a produzir picapes na fábrica da Fiat, na Argentina. Pretendem mover a produção para o Brasil também?
Tata: Bom, temos uma parceria no Brasil [com a Iveco, onde serão produzidos os motores para as picapes a serem montadas em Córdoba, na Argentina], então... Temos interesse também em veículos relacionados a biocombustível, é algo que não fazemos ainda.
Pergunta: Que tipo de biocombustível lhe interessa?
Tata: Etanol e biodiesel. Não fizemos nada nesse sentido, ainda, é apenas um interesse que temos. Pensamos em troca de conhecimentos nesse setor.
Pergunta: O senhor pensa em produzir carros com a marca Tata no Brasil?
Tata: Talvez.