5 de junho de 2007

Setor cresce com maior intensidade, aponta CNI

Resultados do primeiro trimestre refletem a tendência para o ano, segundo Castelo Branco. A atividade da indústria brasileira continuou a se recuperar no mês de abril, conforme mostram os Indicadores Industriais divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo o economista da entidade, Flávio Castelo Branco, o País está consolidando o seu crescimento industrial graças à conjuntura internacional favorável, à melhora da demanda doméstica e à queda da inflação. "Estamos entrando em um novo ciclo, com uma maior intensidade do crescimento industrial", disse.

O número de horas trabalhadas na produção – variável que melhor explica a produção industrial – cresceu pelo terceiro mês consecutivo, com alta de 2,9% entre fevereiro e abril. O aumento foi de 0,8% em abril na comparação com março, na série livre de influências sazonais. A utilização da capacidade instalada também demonstrou o maior dinamismo da atividade industrial. O indicador alcançou 82,6% em abril, ante 82,1% em março e 79,9% em abril do ano passado, também na série sem influências sazonais. Segundo o economista Paulo Mol, do departamento econômico da CNI, a capacidade instalada que está em alta há um ano e cresceu 3,2 pontos percentuais na comparação de março deste ano com o mesmo mês de 2006. Para Castelo Branco, trata-se de uma sinalização da necessidade de expansão do parque fabril, ao mesmo tempo que indica a intensificação dos investimentos em 2007.

Castelo Branco disse ainda que os resultados do primeiro trimestre refletem uma tendência para o ano. "Temos um ambiente institucional mais favorável à expansão industrial no País, com investimentos em infra-estrutura e logística, dois tradicionais gargalos para o crescimento e medidas econômicas para facilitar esses investimentos", afirmou.

O aumento na produção trouxe bons resultados para o mercado de trabalho, gerando vagas e elevando os ganhos salariais na indústria. Na série com ajuste sazonal, o nível de emprego na indústria cresceu 0,5% em abril, em comparação a março, acumulando 17 meses de variação positiva. O indicador acumula alta de 3,4% desde janeiro, na comparação com os quatro primeiros meses de 2006. Já a remuneração paga aos trabalhadores cresce em uma velocidade maior, de 6,7% no acumulado do ano.

Em contrapartida, as vendas reais da indústria caíram 0,9% em abril, relativamente a março, junto com o faturamento das empresas. O principal motivo da queda, segundo Mol, é a variação do real frente ao dólar que só em abril valorizou-se 2,7% em relação a moeda norte-americana, limitando o faturamento das empresas exportadoras.

A melhora da indústria é puxada por cinco setores que juntos representam mais de 80% do aumento das horas trabalhadas na produção. Refino e álcool e alimentos e bebidas encabeçam a lista com um incremento de 17,9% e 14,1% respectivamente, assim como os segmentos de máquinas e equipamentos, metalurgia básica, e máquinas, aparelhos e materiais elétricos. "São setores beneficiados por uma demanda externa, como carnes e álcool", disse Mol.

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