A canadense Kinross já está no Brasil desde 2003, como sócia de duas mineradoras de ouro. Mas é agora que ela "chega de verdade", segundo José Roberto Freire. O executivo, que assumiu há poucos dias a presidência da Kinross Brasil, garante que o país é hoje estratégico para o grupo que tem minas de ouro em cinco países e produz 40 toneladas de ouro por ano.
"A Kinross sabe que é no Brasil que ainda existem grandes oportunidades para aumentar a produção", afirma Freire. Os canadenses estão investindo cerca de US$ 470 milhões para triplicar a produção de ouro na Rio Paracatu Mineração (RPM), no interior de Minas Gerais, e faz pesquisas em três outros Estados (Tocantins, Maranhão e Pará). A mineradora também não descarta a possibilidade de adquirir novos ativos no país. "Estamos abertos às boas oportunidades."
Os planos da canadense para o Brasil começaram a mudar no fim de 2004, quando comprou a participação do sócio Rio Tinto e passou a ter 100% do capital da RPM. Logo depois de concluir o negócio, a multinacional resolveu reavaliar as reservas na mina Morro do Ouro, em Paracatu. Investiram US$ 5 milhões numa pesquisa que mostrou que as reservas eram muito maiores do que esperavam no início.
Quando chegou ao país, a previsão era de que, com uma produção de 5 toneladas por ano, a mina atingiria a exaustão em 2016. A pesquisa, porém, mostrou que seria possível produzir três vezes mais por ano por um período quase três vezes maior. A estimativa é de que, após a expansão de 5 toneladas para 15 toneladas por ano, Morro do Ouro terá vida útil até 2037.
"A RPM tem hoje uma importância muito maior para a Kinross", reconhece o diretor de operações da mineradora, Luis Alberto Alves, que já está na empresa há dez anos.
Com preços e demanda em alta, a expansão da produção passou a ser estratégica para as mineradoras do setor. "O aumento da produção não tem conseguido acompanhar o crescimento do consumo", explica o presidente José Roberto Freire. O metal precioso, que já foi o principal lastro da economia mundial, hoje é essencial para fabricação de componentes das modernas indústrias de tecnologia.
A previsão da Kinross é de que as obras de expansão em Paracatu estejam concluídas até setembro de 2008, quando a produção passará ao ritmo de 15 toneladas por ano. Além da produção em Minas Gerais, o grupo canadense conta com uma extração anual adicional de 3 toneladas que vem da Mineração Serra Grande, em Goiás.
A empresa tem 50% de participação nesta mineração, numa sociedade com a Anglo Ashanti. A produção total nesta mina é de 6 toneladas de ouro por ano. Por lá, de acordo com Freire, não há possibilidade para expandir significativamente a produção.
O Brasil já responde por aproximadamente 20% da produção mundial de ouro da Kinross. Com a expansão da RPM, a participação se tornará ainda maior. Além do Brasil, o grupo tem minas no Canadá, nos Estados Unidos, na Rússia e no Chile.
A Kinross Brasil herdou o escritório da Rio Tinto em Brasília, mas estuda a possibilidade de transferir a sede para a capital de Minas Gerais, estado onde está hoje seu principal negócio. E onde está também a sede da Anglo, sua parceira na Mineração Serra Grande. O entrave, por enquanto, é de logística.
Paracatu fica a 800 quilômetros de Belo Horizonte e a apenas 250 quilômetros de Brasília. "Não seria problema se tivesse vôo de Belo Horizonte para Paracatu, mas não há", explica o presidente. Embora considere uma sede em Belo Horizonte mais estratégica para os negócios da Kinross, o presidente teme que a falta de ligação aérea inviabilize a transferência.
Segundo Freire, a consolidação dos negócios no Brasil é hoje uma das prioridades da empresa canadense, que tem 100% do capital pulverizado, com ações listadas na bolsas de Nova York e Montreal. "Na verdade, sinto que é agora que estamos chegando", reforça o executivo.
Freire acaba de deixar a presidência da indústria paulista União Brasileira de Vidros (UBV) para assumir o novo cargo na Kinross. Mas foi na mineração que ele fez sua carreira. Passou por mineradoras como Caraíba Metais e Votorantim Metais, onde liderou projetos de expansão da produção de zinco.
Na pequena cidade de Paracatu, os moradores já perceberam que são novos tempos para sua principal empresa do município. Com o mercado de mineração extremamente aquecido, a RPM foi ao mercado com boas propostas que estão atraindo profissionais até de outros estados. A expansão deverá ampliar de 630 para cerca de 750 funcionários diretos. Além desses, devem ser criados mais 500 empregos indiretos na cidade.
"A Kinross sabe que é no Brasil que ainda existem grandes oportunidades para aumentar a produção", afirma Freire. Os canadenses estão investindo cerca de US$ 470 milhões para triplicar a produção de ouro na Rio Paracatu Mineração (RPM), no interior de Minas Gerais, e faz pesquisas em três outros Estados (Tocantins, Maranhão e Pará). A mineradora também não descarta a possibilidade de adquirir novos ativos no país. "Estamos abertos às boas oportunidades."
Os planos da canadense para o Brasil começaram a mudar no fim de 2004, quando comprou a participação do sócio Rio Tinto e passou a ter 100% do capital da RPM. Logo depois de concluir o negócio, a multinacional resolveu reavaliar as reservas na mina Morro do Ouro, em Paracatu. Investiram US$ 5 milhões numa pesquisa que mostrou que as reservas eram muito maiores do que esperavam no início.
Quando chegou ao país, a previsão era de que, com uma produção de 5 toneladas por ano, a mina atingiria a exaustão em 2016. A pesquisa, porém, mostrou que seria possível produzir três vezes mais por ano por um período quase três vezes maior. A estimativa é de que, após a expansão de 5 toneladas para 15 toneladas por ano, Morro do Ouro terá vida útil até 2037.
"A RPM tem hoje uma importância muito maior para a Kinross", reconhece o diretor de operações da mineradora, Luis Alberto Alves, que já está na empresa há dez anos.
Com preços e demanda em alta, a expansão da produção passou a ser estratégica para as mineradoras do setor. "O aumento da produção não tem conseguido acompanhar o crescimento do consumo", explica o presidente José Roberto Freire. O metal precioso, que já foi o principal lastro da economia mundial, hoje é essencial para fabricação de componentes das modernas indústrias de tecnologia.
A previsão da Kinross é de que as obras de expansão em Paracatu estejam concluídas até setembro de 2008, quando a produção passará ao ritmo de 15 toneladas por ano. Além da produção em Minas Gerais, o grupo canadense conta com uma extração anual adicional de 3 toneladas que vem da Mineração Serra Grande, em Goiás.
A empresa tem 50% de participação nesta mineração, numa sociedade com a Anglo Ashanti. A produção total nesta mina é de 6 toneladas de ouro por ano. Por lá, de acordo com Freire, não há possibilidade para expandir significativamente a produção.
O Brasil já responde por aproximadamente 20% da produção mundial de ouro da Kinross. Com a expansão da RPM, a participação se tornará ainda maior. Além do Brasil, o grupo tem minas no Canadá, nos Estados Unidos, na Rússia e no Chile.
A Kinross Brasil herdou o escritório da Rio Tinto em Brasília, mas estuda a possibilidade de transferir a sede para a capital de Minas Gerais, estado onde está hoje seu principal negócio. E onde está também a sede da Anglo, sua parceira na Mineração Serra Grande. O entrave, por enquanto, é de logística.
Paracatu fica a 800 quilômetros de Belo Horizonte e a apenas 250 quilômetros de Brasília. "Não seria problema se tivesse vôo de Belo Horizonte para Paracatu, mas não há", explica o presidente. Embora considere uma sede em Belo Horizonte mais estratégica para os negócios da Kinross, o presidente teme que a falta de ligação aérea inviabilize a transferência.
Segundo Freire, a consolidação dos negócios no Brasil é hoje uma das prioridades da empresa canadense, que tem 100% do capital pulverizado, com ações listadas na bolsas de Nova York e Montreal. "Na verdade, sinto que é agora que estamos chegando", reforça o executivo.
Freire acaba de deixar a presidência da indústria paulista União Brasileira de Vidros (UBV) para assumir o novo cargo na Kinross. Mas foi na mineração que ele fez sua carreira. Passou por mineradoras como Caraíba Metais e Votorantim Metais, onde liderou projetos de expansão da produção de zinco.
Na pequena cidade de Paracatu, os moradores já perceberam que são novos tempos para sua principal empresa do município. Com o mercado de mineração extremamente aquecido, a RPM foi ao mercado com boas propostas que estão atraindo profissionais até de outros estados. A expansão deverá ampliar de 630 para cerca de 750 funcionários diretos. Além desses, devem ser criados mais 500 empregos indiretos na cidade.