5 de junho de 2007

Crédito com recursos do FGTS deslancha na Caixa

Os financiamentos imobiliários com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que apresentavam números decepcionantes no início do ano, ganharam impulso nos dois últimos meses. A contratação pela Caixa Econômica Federal chegou a R$ 3,056 bilhões de janeiro a maio, expansão de 1% em relação ao mesmo período de 2006. Já foi aplicado quase metade do orçamento do FGTS para o ano, que foi fixado em R$ 6,1 bilhões.

Devido à falta de imóveis novos de baixo valor, a contratação de financiamentos com recursos do FGTS havia esfriado no primeiro trimestre, queda de 9%. "As construtoras perceberam que, se investirem nessa faixa de renda de até cinco salários mínimos, irão vender", afirma a presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho. "Garantimos às empresas que, se construírem os imóveis, os mutuários finais terão o financiamento."

Como forma de estimular a criação de novos empregos, o conselho curador do FGTS fixou a diretriz de que, neste ano, pelo menos 50% dos financiamentos imobiliários fossem direcionados à aquisição de imóveis novos. O problema, afirma Maria Fernanda, é que era relativamente baixa a oferta, por parte das construtoras, de imóveis novos para as famílias com renda até cinco salários mínimos, que são o público-alvo do FGTS.

A falta de imóveis disponíveis fez com que a Caixa desacelerasse as contratações e dirigisse suas atenções a convencer os empresários a investir para o segmento de baixa renda. As construtoras haviam apresentado R$ 3 bilhões em propostas de financiamento dentro do Programa de Arrendamento Residencial (PAR), na qual os empresários correm menos riscos. Mas havia apenas R$ 650 milhões disponíveis nessa linha. "Mostramos para os empresários que, se eles investissem em projetos com carta de crédito individual ou associativa, o dinheiro poderia sair", afirma o vice-presidente de desenvolvimento urbano da Caixa, Jorge Hereda. "O resultado disso é que, hoje, estamos conseguindo conceder cartas de crédito individuais para a população na faixa de renda até cinco salários mínimos."

A própria Caixa teve que se adaptar à realidade de financiar mais imóveis novos do que antigos, diz a gerente-nacional de crédito imobiliário da instituição, Mara Lúcia Sotério Di Oliveira. Empréstimos para imóveis usados são mais rápidos porque envolvem apenas a análise de risco do tomador de crédito e a avaliação da documentação do imóvel vendido, que existe fisicamente. Já no imóvel novo é necessária avaliação mais detalhada.

Nos primeiros meses deste ano, a Caixa se concentrou em avaliar esses novos empreendimentos. "Eles estão sendo oferecidos agora, nos Feirões da Caixa", diz Mara Lúcia. "Por isso a expectativa é que a contratação de financiamentos para imóveis novos cresça ainda mais." A Caixa espera emprestar 55% dos recursos para imóveis novos. Ela explicou que, no primeiro trimestre, a contratação de financiamentos com recursos do FGTS foi mais fraca também porque a Caixa deu vazão a um volume de financiamentos negociados em 2006. "São imóveis com valores mais baixos. O número de unidades financiadas no primeiro trimestre cresceu, demandando mais trabalho de nossas agências."

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