11 de junho de 2007

Brasil se consolida como destino de tratamento médico

Cerca de 50 mil estrangeiros vieram ao Brasil no ano passado para tratar da saúde. Foi um avanço de 65% em relação a 2004, segundo o Ministério do Turismo, consolidando o País como destino do chamado "turismo de saúde". O ministério estima que metade dessas pessoas veio em busca de cirurgia plástica em clínicas do Rio de Janeiro, São Paulo, e em balneários no nordeste, como em Fortaleza.
Os números indicam o País como o local mais popular para a realização de cirurgias plásticas fora os Estados Unidos - um centro mundial para o que o ministério chama de lipoturismo, um trocadilho para lipoaspiração, procedimento cirúrgico que remove a gordura do estômago e coxas.

Para a Sociedade Internacional de Cirurgia Estética (Isaps), o mundo vem ao Brasil para acabar com rugas e diminuir o abdômen em boa parte devido à influência do Ivo Pitanguy. O brasileiro é um dos primeiros cirurgiões plásticos do mundo e hoje, com 80 anos, possui uma bagagem de milhares de liftings, plásticas de seios e muitas outras cirurgias. Foi professor de mais de 600 operadores plásticos, que trabalham em pelo menos 43 países e é o inventor de processos que são copiados mundialmente, incluindo técnicas para reduzir cicatrizes, e o denominado "lifting brasileiro de bumbum", onde carne é adicionada aos glúteos da paciente para arredondá-los.
"Pitanguy criou a cirurgia plástica que conhecemos hoje", disse Bryan Mendelson, presidente da Isaps, com sede em New Hampshire, e que conta com 1,6 mil membros em 90 países. "Ele acabou com alguns tabus, popularizou a cirurgia plástica, e seu legado sobreviverá por meio de seus alunos."

Custo acessível

O grande atrativo para o turismo de saúde no Brasil é o preço muito mais em conta em relação ao país de origem do paciente, especialmente por conta do câmbio. "Pacientes em potencial que moram em países onde os cuidados com a saúde são caros, podem tomar um avião, vir ao nosso país, e fazer plástica pela metade do preço", diz Osvaldo Saldanha, presidente da Sociedade de Cirurgia Plástica do Brasil.

Um lifting facial custa em média US$ 6 mil nos EUA, segundo o site da American Society for Aesthetic Plastic Surgery (Asaps), grupo que representa os cirurgiões plásticos norte-americanos, e não afiliado à Isaps. No Brasil, essa cirurgia custa apenas US$ 1,9 mil. Pelo preço relativamente módico, os pacientes em geral são tratados como reis em terra tupiniquim, longe dos olhos curiosos de amigos e colegas.
"As clínicas em geral são muito luxuosas e oferecem aos estrangeiros a privacidade que procuram", disse William Weissman, chefe da seção consular no consulado-geral dos EUA no Rio de Janeiro. Pacientes em potencial cada vez mais procuram na internet pacotes que incluem festas, passeios e hotéis à beira-mar, além da cirurgia.
Entretanto, João Carlos Sampaio Góes, ex-presidente da Isaps, adverte que as pessoas devem levar a sério todas as operações plásticas. "Mesmo a mais simples das cirurgias plástica, como para pálpebras caídas, envolve riscos", pondera. "É uma irresponsabilidade vender férias que incluem uma operação desse tipo."

Gazeta Mercantil

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