
Segundo o procurador-geral federal João Ernesto Aragonês Vianna, a principal preocupação são as ações ambientais, os processos de desapropriação e as ações contra licitações. Mas além destas podem surgir situações inesperadas. No projeto da hidrelétrica do Rio Madeira, por exemplo, surgiu um impasse quando descobriu-se que um artigo da Constituição de Rondônia proibia a destruição - ou inundação - do entorno da ferrovia Madeira-Mamoré, considerada patrimônio histórico. A procuradoria federal foi chamada a encontrar uma solução, o que, segundo Aragonês, poderia ir parar na Justiça, mas o problema foi contornado pelo próprio governo local, que emitiu um parecer declarando que o lago da usina não atingiria a ferrovia.
Com a intervenção da procuradoria, diz Aragonês, a solução do impasse pode nem ir ao Judiciário. Também no caso do projeto do Rio Madeira, havia problemas com a obtenção de um "laudo malarígeno" para a liberação da obra, que serve para determinar o risco de disseminação da malária. Não foi necessária ação judicial, apenas a agilização dos trâmites do documento no Ministério da Saúde. Outro caso que aguarda solução é a construção da rodovia BR-319, que sai de Rondônia e atravessa o Amazonas. No processo de desapropriação de terras, o governo se deparou com vários posseiros sem títulos de propriedade. Cabe à procuradoria encontrar uma solução para o pagamento de indenizações nesta circunstância.