8 de janeiro de 2010

Favoritismo francês inabalável

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, fez ontem uma leve provocação ao Gripen NG, caça sueco apontado em relatório da Força Aérea Brasileira como o mais indicado para vencer a concorrência FX-2 para a venda de caças ao Brasil. Ao comentar rapidamente a polêmica envolvendo a escolha das aeronaves, o chanceler afirmou, que, às vezes, “o barato sai caro”, uma referência indireta ao preço menor do Gripen NG, um dos fatores considerados decisivos para o parecer favorável da FAB. Durante sua agenda na capital francesa, o ministro tratou do tema com o conselheiro diplomático do Palácio do Eliseu, Jean-David Levitte.

Amorim esteve em Paris para participar do seminário Novo Mundo, Novo Capitalismo, promovido pelo governo da França e realizado na Escola Militar do paós europeu. Antes de se apresentar, o chanceler ouviu múltiplos afagos do presidente francês, Nicolas Sarkozy, ao Brasil.

Na saída do evento, além de ironizar o menor custo do caça sueco, o ministro reforçou a autonomia de que dispõe o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para decidir o vencedor, mesmo que leve em consideração o relatório da FAB.

– Caberá ao presidente, que lidera o País politicamente, tomar a decisão, levando em conta todos os dados, técnicos e outros – observou. A seguir, sem citar nomes de companhias ou de aeronaves, o chanceler cutucou o excesso de importância atribuído ao relatório da FAB. – Às vezes, os técnicos dão uma impressão que vai num sentido e muitas vezes o barato sai caro.

Inter esses No encontro com o chanceler brasileiro, o conselheiro diplomático do governo francês, Jean David Levitte, reiterou os interesses dos franceses no negócio dos caças e reafirmou a disposição do governo francês de fazer o que for possível para concretizar a venda.

– É natural que os franceses demonstrem interesse no assunto – contemporizou Amorim.

Ontem, Sarkozy elogiou o Brasil em diversas ocasiões e defendeu a participação do país como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e também em negociações econômicas internacionais. No discurso, o francês citou o Brasil sete vezes.

Serge Dassault, principal diretor da Dassault, empresa fabricante das aeronaves Rafale, também minimizou o relatório da FAB que aponta o Gripen NG como a melhor opção de caça para o Brasil.

– Todas as esperanças seguem permitidas no que diz respeito à venda dos caças franceses Rafale ao Brasil – disse. – No momento, não há pedido do Brasil, não nos informaram nada em especial, não sei de nada, mas todas as esperanças seguem permitidas. (Com agências)

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