Principal personagem do escândalo do mensalão do PT – ele foi apontado como operador do esquema – o empresário Marcos Valério foi citado em vídeo sobre o esquema de corrupção no Distrito Federal, já intitulado “mensalão do DEM”, uma vez que o governador José Roberto Arruda é acusado de usar dinheiro de caixa dois para pagar a base aliada. O vídeo, veiculado no site da revista Veja, mostra o deputado distrital Benício Tavares (PMDB-DF) admitindo ter fraudado uma licitação, a pedido do ex-governador Joaquim Roriz, para favorecer a empresa SMP & B, de Valério.
Novos vídeos também levantam a suspeita de envolvimento do vice-governador, Paulo Octávio, no esquema de corrupção. Em conversa com o ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, um homem identificado como Marcelo Toledo cobra repasse de recursos supostamente a pedido do vice. O dinheiro seria supostamente repassado a prefeitos em campanhas eleitorais de 2008.
No rol dos acontecimentos, chama atenção o crescimento do patrimônio de Arruda, de 1.060% em sete anos. Em 2002 e 2006, a soma dos bens do governador não passava de R$ 600 mil. E agora só em imóveis a família Arruda acumula um valor de mais de R$ 7 milhões.
Há três meses Arruda comprou cinco salas em um prédio comercial localizado em uma área nobre da capital ao preço de R$ 1,6 milhão. De acordo com a escritura, Arruda deu um sinal de R$ 350 mil e financiou o restante em 91 prestações. Há também prestações intermediárias anuais de aproximadamente R$ 49 mil. As cifras levam a crer que o governador terá que comprometer quase dois terços de seu salário de R$ 16 mil para pagar as prestações.
Enquanto aparecem novos vídeos, os manifestantes que ocuparam a Câmara Legislativa do DF exigindo a saída de Arruda e Paulo Octávio, afirmam que a ocupação não tem data para acabar. A expectativa dos manifestantes é que mais pessoas se juntem ao grupo hoje. Na manhã de domingo, o grupo recebeu uma moção de apoio do Comitê de Solidariedade à Resistência Hondurenha.
Apesar de ter desde sexta-feira uma liminar do Tribunal de Justiça do DF o autorizando a acionar a polícia para desocupar o plenário da Casa, o presidente interino da Câmara, Cabo Patrício (PT) disse que iria esperar a até hoje para tomar uma decisão.
