20 de setembro de 2009

Lula e Dilma trabalhando

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva trabalha para fechar as brechas das críticas dos adversários direcionadas à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na campanha eleitoral de 2010. O governo deve lançar em breve um pacote para a Amazônia, como resposta aos ataques à suposta falta de preocupação ambiental. Outra bandeira que Dilma abraçará será um programa de geração de empregos no Nordeste voltado para famílias de classe média baixa. Com isso, o presidente espera, também, preparar o discurso de sua pupila para rebater ataques dos opositores sobre falta de iniciativas com foco em beneficiários do Bolsa Família.

A Amazônia, agora, figura no centro dos esforços do governo. Na Conferência do Clima, marcada para Copenhague, na Dinamarca, em 1º de outubro, o Brasil se prepara para ser o porta-voz da proposta de que só aceita discutir redução de metas de emissão de poluentes se os países desenvolvidos aceitarem tratar a floresta preservada como um ativo que permita a recepção de crédito de carbono. Com isso, o governo poderia captar recursos no exterior e utilizá-los para transformar uma economia hoje direcionada à pecuária extensiva, predatória, na Amazônia Legal, em uma atividade ecologicamente correta.

O governo estuda, inclusive, mandar a chefe da Casa Civil à Conferência do Clima. Ao lado de Lula, ela seria a resposta do governo à saída de Marina Silva. “Seria uma forma de ela entrar de vez nessa agenda do meio ambiente”, diz um assessor palaciano. Oficialmente, a Casa Civil informa que ainda não há previsão de viagem da ministra à capital dinamarquesa.

O segundo projeto do pacote para a Amazônia tem como centro o desenvolvimento de uma economia sustentável para famílias que vivem do extrativismo. A ideia é agregar valor aos produtos retirados da floresta incentivando pequenos e médios empresários a se instalarem próximos a essas reservas. Essa proposta foi desenvolvida pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) e batizada pelo ex-chefe da pasta Roberto Mangabeira Unger de “Soerguimento (revitalização) do Extrativismo”.

Em fase de elaboração ainda pela SAE, existe um projeto de recuperação de áreas degradadas pelo desmatamento. A meta é eliminar limitações agrícolas desses terrenos inutilizados e possibilitar o plantio de milho, arroz, mandioca, feijão e soja, para minimizar o avanço das frentes de desmatamento da floresta nativa.

“Precisamos estabelecer medidas que façam valer a pena manter a floresta em pé. Hoje, o desmatamento só avança porque é mais rentável derrubar árvores do que deixá-las intactas. Se mudarmos essa lógica, e a proposta do crédito de carbono vai nesse sentido, criamos um sistema de desenvolvimento sustentável”, disse o ministro da SAE, Daniel Vargas.

Popularidade

Além do Projeto Amazônia, há um segundo no forno para o governo tentar ampliar ainda mais sua popularidade no Nordeste. Está em fase de gestação um programa para empreendedores da classe C, desenvolvendo o potencial do turismo, especialmente voltado para o Nordeste. A proposta, segundo a Casa Civil, está em fase de consultas. Foi mostrada à ministra Dilma, depois levada aos governadores e agora recebe contribuições de outros ministérios. A ideia é apresentá-la no ano que vem.

Essa proposta tenta fechar um outro ponto fraco do governo, o da demanda por programas que sirvam de porta de saída para os beneficiários do Bolsa Família, ou, como profere o ministro Patrus Ananias, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, “portas de entrada no mercado de trabalho para os beneficiários do Bolsa Família”. O governo avalia que seu principal programa social — o Bolsa Família — não será objeto de discussão na eleição do ano que vem. O foco será o que fazer para colocar a população atendida pela rede social do Estado no mercado de trabalho capaz de se sustentar pelas próprias pernas. E não quer deixar a oposição reinar sozinha, nem neste, nem em outros projetos.

Projetos

O que está sendo preparado pelo governo

Florestas

Na Conferência do Clima, o governo vai propor que florestas tenham validade de crédito de carbono. A ideia é abrir a possibilidade de captar recursos no exterior e utilizá-los para transformar uma economia direcionada à pecuária extensiva, predatória, na Amazônia Legal, em uma atividade ecologicamente correta.

Extrativismo

Desenvolver uma economia sustentável para famílias que vivem de retirar produtos das florestas. A proposta é incentivar pequenos e médios empresários a se instalarem próximos a essas reservas de extrativismo.

Recuperar terreno

Uma proposta em discussão visa recuperar áreas degradadas pelo desmatamento. A meta é eliminar limitações agrícolas desses terrenos inutilizados e possibilitar o plantio de milho, arroz, mandioca, feijão e soja para minimizar o avanço das frentes de desmatamento da floresta nativa.

Nordeste

Está sendo gestado um programa para empreendedores da classe C, desenvolvendo o potencial do turismo na Região Nordeste. A proposta foi apresentada à ministra Dilma Rousseff. Depois, levada aos governadores. Está em fase de receber contribuições de outros ministérios.Correio

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