16 de julho de 2009

Mercado brasileiro só tem a crescer, diz Renault-Nissan


A demanda do mercado automobilístico brasileiro ainda está longe de alcançar seu potencial, e o país será o destaque do setor na América Latina pós-crise, disse ontem o presidente da Renault-Nissan, o brasileiro naturalizado francês Carlos Ghosn. O executivo informou que o grupo pretende ampliar sua participação de 5% para 10% no Brasil por meio da adaptação da produção ao consumidor médio do país, com carros menores e populares.

– Ninguém pensa que o mercado automobilístico no Brasil vai cair, a demanda continua forte, o governo tomou todas as medidas corretas. A indústria teve dois anos prósperos e tem potencial de crescimento – disse Ghosn a jornalistas em evento da Câmara de Comércio Brasil-França, cujo conselho também preside.

Segundo o presidente da Renault-Nissan, a indústria automobilística foi a primeira vítima da crise financeira, devido aos níveis tradicionalmente altos de financiamentos e investimentos inerentes ao setor. Ghosn afirmou, no entanto, que apesar das dificuldades da transição de um sistema onde as próprias instituições financeiras buscavam a indústria para um ambiente de crédito apertado, só disponível no curto prazo, a demanda mundial por automóveis continuará significativa.

– Há quem diga que é o fim da indústria, que ninguém mais quer comprar carro. Isso é bobagem – minimizou. – O que muda são as características, agora há mais preocupação ambiental, mais atenção à eficiência do combustível.

Análise da crise

Ao falar sobre a crise, Ghosn afirmou que os efeitos do abalo são muito mais visíveis nos EUA, Europa e Japão que no Brasil, e que, embora a retomada ainda demore – ele só espera recuperação em 2011 ou 2012 –, os contornos do mundo pós-turbulência já são visíveis.

De acordo com o executivo, considerado um dos 25 mais influentes do mundo, as economias do Bric – denominação que inclui Brasil, Rússia, Índia e China – já integram o grupo de países ricos, e o papel de emergentes agora é de nações como a Indonésia e o Irã.

Ghosn não informou projeções de investimento do grupo no Brasil, e disse que a empresa tem planos de longo prazo, mas que é compreensível que montadoras façam declarações para trazer confiança, em referência ao anúncio de investimento de R$ 2 bilhões da GM.

– Nunca passei tanto tempo entre governantes, ministros e presidentes de bancos centrais como nos últimos dois anos – disse o executivo. – Isso porque eles querem saber o que está acontecendo com as empresas.

Questionado sobre a trajetória que vê para a crise em analogia às previsões que utilizam letras como U, W ou L, Ghosn brincou ao dizer que não é possível descrever a crise com o alfabeto ocidental, talvez apenas com o árabe.

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