9 de abril de 2009

Lula se diz obcecado por redução do spread


"A redução do spread bancário, neste momento, é uma obsessão minha", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pouco antes da notícia de substituição do presidente do Banco do Brasil, Antônio Francisco Lima Neto, ser confirmada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Lula não quis fazer muitos comentários sobre a troca no comando do BB, mas foi claro ao explicitar que a principal razão da mudança era a resistência de Lima Netto a reduzir o spread bancário.

"Nós precisamos fazer o spread bancário voltar à normalidade no país. O Guido sabe disso, o Banco do Brasil sabe disso, a Caixa Econômica sabe disso, o Banco Central sabe disso". Para Lula, não há nenhuma necessidade de o spread bancário ter subido tanto no Brasil, de julho para cá. "Não há", declarou após encontro com comunicadores em um hotel de Brasília. Ele lembrou que o governo já encomendou um estudo para mostrar os caminhos que poderiam levar à redução do spread.

Durante reunião com os sindicalistas e o presidente Lula para discutir a crise econômica e a geração de empregos, a chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, confirmou aos dirigentes das centrais sindicais que a paciência do governo com os presidentes dos bancos públicos tinha realmente chegado ao fim. "Nós não aguentamos mais ter que discutir com os presidentes dos bancos públicos que estão pensando que são presidentes de bancos privados", teria dito a ministra, segundo relato do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.

A consideração teria sido feita em um momento em que o presidente se ausentou da sala para, em telefonema internacional, prestar condolências ao primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi. Paulinho brincou que, depois desta frase impactante, as centrais sindicais estariam dispostas a participar mais ativamente da campanha de Dilma à presidência. "Afinal, ela está defendendo algo que nós defendemos há muito tempo", sorriu ele, para, em seguida, acrescentar que falava em tom jocoso.

Os sindicalistas não esconderam a euforia com a saída do ex-presidente do Banco do Brasil. Para Paulinho a manutenção de Lima Neto à frente do Banco do Brasil, apesar das críticas contra os altos juros cobrados pelo BB, passava a impressão de que Lula não tinha comando sobre a instituição.

Ele foi além e defendeu também a demissão, se preciso for, da presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda. "O presidente Lula poderia fazer uma limpeza em todos os presidente e diretores que acham que os bancos públicos são deles. Não são". Para o presidente da Força, não é coincidência o fato de a demissão do presidente do BB ter sido tomada ontem. "Lula sabia que, mais uma vez, nós cobraríamos dele a redução do spread bancário. Resolveu se antecipar", disse ele.

Para os sindicalistas, o papel do Estado não é agir como ente privado, mas ser um indutor na geração de empregos e na manutenção de políticas que mantenham a renda dos trabalhadores.

0 comentários to “Lula se diz obcecado por redução do spread”

Postar um comentário

 

Blog Da Kika Copyright © 2011 -- Template created by Kika Martins -- Powered by Blogger