1 de dezembro de 2008

Doador de campanha


Vitorioso em uma eleição onde a base que apóia o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), estava rachada, o prefeito reeleito Gilberto Kassab (DEM) ficou com a maior fatia das doações dos financiadores de campanha que se dividiram entre a sua candidatura e a do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), terceiro colocado na eleição. Serra, de maneira velada, apoiou Kassab durante a campanha.

A soma das doações para as duas candidaturas resultou em quase R$ 50 milhões. O prefeito reeleito arrecadou R$ 34,4 milhões por meio de seu comitê financeiro, sendo que R$ 29,8 milhões foram carreados para a candidatura majoritária. Já Geraldo Alckmin recebeu de seus doadores R$ 16,4 milhões.


Houve um grupo de 13 grandes doadores em comum. Destes, quatro grandes empreiteiras: Carioca Christiani Nielsen, CR Almeida, OAS e S.A. Paulista de Construções e Comércio. Com exceção da primeira, que doou R$ 100 mil para Kassab e R$ 200 mil para Alckmin, todas as demais privilegiaram o prefeito na hora de dividir suas doações na base tucano-demista. A CR Almeida doou R$ 1 milhão para o DEM e R$ 500 mil para o PSDB. A S.A. Paulista destinou R$ 500 mil a Kassab e R$ 400 mil a Alckmin. E a OAS deu R$ 800 mil para o atual prefeito e R$ 250 mil para o ex-governador.


Dos grandes financiadores em comum, um dos únicos que demonstrou preferência mais clara por Alckmin foi a Bracol Holding, ligada ao Grupo Bertin, um dos maiores exportadores de carne do país. A empresa destinou R$ 500 mil para o tucano e R$ 200 mil para Kassab. Controlada pela família do ex-senador Pedro Piva, que foi suplente de Serra no Senado nos anos 90, a Klabin, do setor de papel e celulose, fez doações discretas para ambos os candidatos, privilegiando o tucano, que recebeu R$ 100 mil, ante Kassab, que teve uma doação de R$ 35 mil.


Fizeram doações rigorosamente iguais para Kassab e Alckmin o Unibanco, com R$ 350 mil para cada um, a seguradora Porto Seguro, que fez doações de R$ 150 mil e a Silvio Santos Participações, também com R$ 150 mil.


Privilegiaram Kassab ante Alckmin em doações a Fujiwara, empresa de equipamentos de proteção individual, com R$ 500 mil para o DEM e R$ 250 mil para o PSDB, a empresa de construção civil JHS, com R$ 500 mil para Kassab e R$ 200 mil para Alckmin, a BM&F Bovespa (R$ 200 mil para Kassab e R$ 150 mil para Alckmin) e a metalúrgica Gerdau, que deu R$ 200 mil para o DEM e R$ 100 mil para o PSDB.


Destas 13 empresas, oito também fizeram doações para a segunda colocada nas eleições, a ex-ministra do Turismo Marta Suplicy (PT), que arrecadou R$ 21 milhões. Mas quatro destas destinaram para a petista uma fatia menor do que a dada ao DEM e ao PSDB. A CR Almeida doou R$ 400 mil para o PT, a S.A. Paulista destinou R$ 300 mil, a OAS fez uma doação de R$ 200 mil e a JHS, de R$ 150 mil.


Uma destas sete doadoras, a Carioca Christiani Nielsen, privilegiou Marta em relação a Kassab, ao fazer uma doação de R$ 350 mil - mais do que para DEM e PSDB juntos. A BM&F Bovespa destinou para a petista R$ 200 mil, mais do que o fez para o tucano. Já a Gerdau fez uma doação de R$ 100 mil, o mesmo valor destinado a Alckmin. A Porto Seguro deu para a campanha petista o mesmo que destinou às demais: R$ 150 mil.


Kassab e Marta tiveram quatro doadores em comum que não destinaram recursos ao terceiro colocado. A mais relevante foi a empreiteira EIT, que destinou R$ 2,1 milhões para a campanha do prefeito e R$ 600 mil para a petista. A empresa de bebidas Ambev também privilegiou o prefeito, com doações de R$ 400 mil, ante R$ 250 mil para a petista.


Já a Companhia Brasileira de Distribuição, controladora do grupo Pão de Açúcar, fez doações iguais para PT e DEM de R$ 100 mil. A Construtora Passarelli privilegiou a petista em relação ao prefeito: concedeu R$ 300 mil para Marta e R$ 100 mil para Gilberto Kassab.


Apesar da existência de uma base comum, Kassab, Marta e Alckmin receberam as maiores colaborações de doadores exclusivos. No caso do prefeito reeleito, a maior doação veio da Camargo Corrêa , que fez uma contribuição de R$ 3 milhões. A maior doação para Marta foi feita pela empresa de construção civil WTorre , com uma colaboração de R$ 1 milhão. As doações para Alckmin tiveram caráter pulverizado. A maior delas foi a da CR Almeida, de R$ 500 mil.

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