O apoio expresso do presidente Lula ao deputado federal Flávio Dino (PC do B) provocou uma reviravolta nas eleições municipais em São Luís (MA). As pesquisas indicavam vitória de João Castelo (PSDB) no primeiro turno, mas, após a adesão de Lula, a distância entre os dois caiu e cresceram as chances de um segundo turno.
Segundo pesquisa Ibope divulgada na semana passada, encomendada pela Rede Globo, as intenções de voto em João Castelo caíram, em um mês, de 51% para 45%. Dino, que estava em terceiro lugar, com 7% das intenções, assumiu o segundo posto, com 16%. A escalada derrubou o candidato do PDT, Clodomir Paz, agora com 8%. Se a tendência se confirmar, o PDT poderá perder o controle da prefeitura de São Luís pela primeira vez desde 1996.
A campanha foi marcada pela polêmica em torno do apoio de Lula. Antes de o presidente aparecer no horário eleitoral pedindo votos para Dino, outros candidatos se diziam alinhados ao governo: Gastão Vieira (PMDB), Cléber Verde (PRB) e Waldir Maranhão (PP). A líder do governo no Senado, Roseana Sarney (PMDB), pediu votos para Gastão Vieira em nome do governo Lula. Waldir Maranhão usou o ministro das Cidades, Márcio Fortes, e Cléber Verde, o vice-presidente José Alencar.
Vieira e Verde, pelo Ibope, aparecem com 3% das intenções; Maranhão, com 1%. Os demais candidatos apresentam intenção de voto igual ou inferior a três pontos porcentuais: Raimundo Cutrim (DEM) tem 3%; Pedro Fernandes (PTB) e Wélbson Madeira (PSTU), 1%. Paulo Rios (PSOL) não foi citado na pesquisa.
A possibilidade de segundo turno apenas aumentou a polêmica relacionada ao uso da imagem de Lula. O candidato João Castelo utilizou, em seu programa eleitoral, vídeos no qual o presidente fala que seu governo não dará tratamento diferenciado a aliados e adversários.
A Justiça Eleitoral do Maranhão proibiu o uso do vídeo no programa tucano. Na fase final de campanha, Castelo tenta mostrar que a adesão oficial de Lula à candidatura de Dino teria sido fruto de um acordo entre o senador José Sarney e o comunista - o que o candidato nega.