7 de agosto de 2008

Brasil é o 6º maior produtor mundial


Apesar do temor da inflação e dos juros em alta, a indústria automobilística brasileira registrou recorde nos primeiros sete meses do ano e ultrapassou a francesa ao atingir o sexto lugar na produção, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). De acordo com especialistas do setor, o Brasil tem potencial para chegar à quarta posição no ranking. A produção de veículos até julho foi de 2 milhões de unidades. Foram licenciados 1,69 milhão.

Os juros, no entanto, podem inibir o mercado nos próximos meses. A taxa anual passou de 19,4% para 21,3% de junho de 2007 para o mesmo mês deste ano, ainda sem os efeitos da mais recente elevação da taxa Selic pelo Banco Central. O presidente da Anfavea, Jackson Schneider, prevê desaceleração no mercado já nos próximos meses.

– Nem poderia crescer a um ritmo de 30% nos próximos meses, porque os números de 2007 foram muito expressivos e seria exigir muito de uma cadeia muito complexa. O crescimento mais cadenciado é bom para as montadoras e para a cadeia de suprimentos porque os investimentos no setor dependem de tempo para maturar – disse Schneider.

Em julho, foram fabricados 320 mil veículos, alta de 19,8% na comparação com o mesmo período do ano passado e de 3,5% em relação ao mês anterior. No ano, a produção alcançou 2,01 milhões de unidades, alta de 21,8% na comparação com o mesmo período do ano passado.

O Brasil encerrou 2007 na sétima posição na lista global. De acordo com o ranking, o Japão mantém a liderança, com 6,06 milhões de automóveis produzidos, seguido pela China, com 5,2 milhões e Estados Unidos com 4,89 milhões.

Exportações em queda
As vendas no mercado doméstico, que impulsionam a produção, foram de 288 mil em julho, alta de 32,6% em relação ao mesmo período em 2007 e de 12,6% em relação a junho.

Nos sete primeiros meses do ano os licenciamentos alcançaram 1,69 milhão de unidades, crescimento de 30,4% na comparação com o mesmo intervalo no ano passado, que já havia sido recorde.

Fatores como a expansão do crédito e a inadimplência sob controle explicam o super aquecimento do mercado interno.

As exportações, no entanto, voltaram a cair, depois de alta em junho. As vendas externas registraram embarques de US$ 1,231 bilhão, queda de 3,8% na comparação com junho e de 2,9% em relação a julho de 2007. No ano, as exportações somaram US$ 8,118 bilhões, uma alta de 9,5% sobre o ano anterior.

Para os próximos meses, a previsão da Anfavea é de queda contínua em volume, especialmente pela redução de embarques para Venezuela, México e EUA. Segundo Schneider, a diminuição de encomendas por parte de alguns países da Europa deve acentuar a redução.

As vendas de veículos bicombustíveis no Brasil aumentaram novamente em julho e atingiram 238.958 unidades, informou a Anfavea.

Em junho haviam sido vendidas 212.533 unidades e em julho de 2007, 182.174 unidades. Com isso, as vendas atingiram um crescimento de 12,4% em relação a junho e de 31,7% em comparação ao mês de julho do ano passado. A participação de veículos bicombustível no total das vendas registradas no Brasil no mês passado foi de 87,6%, ante 87,5% em junho e 88,3% no mesmo mês em 2007.

As vendas de veículos a gasolina no Brasil somaram 21.024 em julho, contra 18.281 em junho e 16.648 em julho passado.

Segundo a Anfavea, para ampliar os negócios, mesmo sem sucesso na Rodada Doha, o Brasil dever buscar acordos bilaterais. Entre as prioridade estão países da América do Sul, África do Sul, Nigéria, Egito e a região do golfo Pérsico.
 

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