20 de agosto de 2008

Brasil, o 5º maior em consumo


O Brasil passará de oitavo para quinto maior mercado consumidor do mundo em 2030, superando Alemanha, Grã-Bretanha e França. Segundo estudo realizado pela Ernst & Young Brasil e pela FGV Projetos, a expectativa é de um salto no consumo interno de US$ 1,066 trilhão para US$ 2,507 trilhões no período, estimativa que considera a paridade de poder de compra do ano passado.

O acréscimo correspondente a R$ 1,893 trilhão será impulsionado pela elevação da idade média da população brasileira, mudanças no mercado de trabalho com aumento da escolaridade e melhor distribuição de renda. "Teremos profundas mudanças no perfil da sociedade brasileira", disse Fernando Garcia, consultor da FGV Projetos.
Com uma expansão de 3,8% ao ano, o mercado de consumo em 2030 deve representar 53,8% do PIB brasileiro, ante percentual de 56,3% em 2007. Na avaliação de Garcia, é possível sustentar um crescimento econômico anual de 4% no período, o que resultaria em um avanço de 150% no PIB, para US$ 2,4 trilhões em 2030. Com isso, o Brasil sairia da décima colocação no ano passado para a oitava posição entre as maiores economias mundiais.

Segundo o consultor, a base para esse crescimento é a elevação da taxa de investimento de 19%, média entre 1990 e 2007, para 22,7% e do aumento da produtividade 0,1% para 0,9% em 2030. Garcia considera ainda um PIB per capita de US$ 10.269 daqui a 22 anos, ante os US$ 5.092 do ano passado.
Em um cenário com avanços especialmente nas áreas de infra-estrutura e educação, no entanto, a expansão do PIB no Brasil pode ser maior. Uma taxa de investimento média de 24% elevaria o crescimento da economia para 4,6% anuais até 2030, avalia o consultor. "Aliada a um aumento mais acelerado de produtividade, isso nos traria um crescimento sustentável 0,6 ponto percentual maior e faria o Brasil ganhar posições no ranking mundial", afirmou Garcia.

De acordo com o estudo divulgado ontem, o mercado consumidor brasileiro em 22 anos ficará somente atrás dos Estados Unidos, China, Índia e Japão (ver tabela ao lado). No Brasil, a expectativa é de que fatores como universalização do ensino, envelhecimento da população e mobilidade social levem a uma reestruturação no perfil de consumo em 2030. "Aliado à estabilidade de preços e crescimento mais regular da economia, conseguimos perceber que há uma tendência de retomada da mobilidade social", comenta.

Segundo o estudo, as classes com renda familiar entre R$ 4 mil e 16 mil representarão 47,5% do consumo adicional até 2030, movimentando R$ 896,8 bilhões. Já fatia de famílias com renda de R$ 2 mil deve cair 15 pontos percentuais. "O impacto disso vai ser uma expansão mais intensa do consumo", afirma o consultor.
Garcia prevê ainda um rápido envelhecimento da população, "suficiente para aumentar em 10 anos a idade média do brasileiro" até 2030. "Hoje, mais da metade da população tem até 25. Em 2030, esse perfil vai mudar significativamente. A população de 30 a 55 anos vai dominar e isso terá impacto brutal no mercado consumidor. Alguns mercados como o de imóveis e veículos, por exemplo, devem crescer de forma significativa", disse.

Ao mesmo tempo, acrescentou, a taxa de crescimento demográfico deve cair para um patamar abaixo de 1% após 2025 e se estabilizar em 0,7%. "Esse processo de envelhecimento e queda de taxa demográfica vai reestruturar o perfil das famílias brasileiras", afirmou Garcia.


 

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