4 de julho de 2008

País manterá crescimento próximo a 5%


O novo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, que assumirá oficialmente o cargo em 21 de julho, reiterou ontem o entendimento de que contenção do atual surto inflacionário não exige nem implica desaceleração drástica da taxa de crescimento econômico do país. Em 2007, o Produto Interno Bruto (PIB) aumentou 5,4%. Segundo Barbosa, mesmo com o efeito das medidas para reduzir a inflação (aumento de juros e maior controle de gastos federais, por exemplo), o país crescerá entre 4,5% e 5% ao ano no biênio 2008-2009.

No cenário considerado como mais provável pelo novo secretário, diante das ações que vêm sendo tomadas pelo Banco Central e pelo Ministério da Fazenda, medida em 12 meses, a inflação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que atualmente está acima do centro da meta (4,5%), voltará a níveis muito próximos deste até o final de 2009. Contando com isso é que o Conselho Monetário Nacional fixou em 4,5% a meta central de variação do IPCA para 2010, percentual idêntico ao que já havia definido para 2008 e 2009 e que não pretende alterar.

Até que a taxa de inflação volte a se aproximar do centro da meta, acredita Barbosa, o intervalo de tolerância de dois pontos percentuais, para cima e para baixo, é suficiente para acomodar o impacto dos choques externos que levaram a inflação brasileira a subir recentemente (inflação mundial de alimentos e commodities).

Até dia 20, Barbosa continuará, pelo menos oficialmente, respondendo pela Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE), da qual é titular desde março de 2007. Na prática, ele já vinha atuando em substituição a Bernard Appy, atual titular oficial da Secretaria de Política Econômica (SPE), na condução de discussões e análises sobre problemas mais conjunturais da economia brasileira.

A necessidade de liberar Bernard Appy para cuidar de questões econômicas mais estruturais foi, segundo o ministério, o motivo de sua substituição por Nelson Barbosa. Tanto que Appy não deixará a equipe do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Irá para um novo cargo, ainda a ser criado, e cuidará de reformas como a mudança do sistema tributário nacional, objeto de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que está em tramitação na Câmara dos Deputados.

A condução das negociações sobre a reforma tributária já vinha consumindo praticamente todo o tempo de trabalho do atual titular da Secretaria de Política Econômica. Cansado da sobrecarga, Appy tomou a iniciativa de sugerir ao ministro Mantega a separação das atuais atribuições da SPE.

Segundo Appy, não está definido se seu novo cargo será uma secretaria extraordinária ou assessoria especial ligada diretamente ao ministro da Fazenda. Seja qual for a opção, a estrutura de apoio "será enxuta", com menos de dez auxiliares. André Paiva, atual secretário-adjunto da SPE, estará na equipe. Para o lugar de Barbosa na Secretário de Acompanhamento Econômico irá Antônio Henrique Pinheiro Silveira, que é atualmente secretário-adjunto.

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