15 de julho de 2008

Deputado usou mulher para pegar propina, diz PF


Escuta ambiental autorizada pela Justiça revelou que o deputado João Magalhães (PMDB-MG) usou a mulher, Renata, para buscar dinheiro vindo de propinas no escritório do lobista João Carlos de Carvalho, em Belo Horizonte. Apontado pela Polícia Federal como o principal mentor do esquema que desviou recursos públicos da construção de casas populares para prefeituras de Minas Gerais, Magalhães é flagrado combinando o encontro para a mulher buscar o dinheiro.

Revelada ontem pelo jornal Correio Braziliense, a escuta mostra Renata contando o dinheiro junto com Carvalho. Segundo a PF, seria possível até mesmo ouvir o barulho das notas. Depois de contar os R$ 40 mil acertados, Renata diz a Carvalho que vai levá-los numa sacola. "Na rua ninguém vai imaginar que tem dinheiro", responde o lobista.

A Operação João de Barro foi deflagrada no dia 20 de junho. Foram presas 26 pessoas acusadas de fraudes em licitações de obras públicas em 119 prefeituras, a maior parte de Minas Gerais. João Magalhães, segundo a PF, reservava emendas dele e de outros deputados de Minas para acrescentar recursos a programas federais. Depois, negociava com prefeitos a destinação dessas verbas para suas cidades em troca de comissão. Se o prefeito não tivesse como pagar no momento, Carvalho fazia o adiantamento da propina.

Na escuta, o deputado aparece negociando primeiro o horário da entrega do dinheiro - que eles chamam de "projeto" - com o lobista. Como terá que viajar, diz a Carvalho que sua mulher vai encontrá-lo.

Magalhães foi procurado pelo Estado, mas não retornou as ligações. A reportagem também tentou contato com seus advogados, por meio de seu gabinete na Câmara, mas também não teve retorno.

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