O Banco do Brasil anunciou ontem o montante de recursos reservados ao financiamento da safra 2008/2009. No total, o BB destinará R$ 30,8 bilhões à produção — R$ 7,8 bilhões para a agricultura familiar e R$ 23 bilhões para o agronegócio —, volume 25% maior do que no período anterior. O dinheiro compõe o Plano Safra, anunciado na semana passada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e já está disponível nas agências do banco.
O BB é o principal agente financiador da agricultura brasileira. Com linhas de crédito diferenciadas e juros, em sua maioria, fixados em 6,75% ao ano (no caso da agricultura comercial), a expectativa é emprestar o máximo possível. Luís Carlos Guedes Pinto, vice-presidente de Agronegócios do BB, disse que as perspectivas são bastante favoráveis.
Por ano, o Banco do Brasil fecha, em média, 1,5 milhão de contratos. A carteira agrícola da instituição chega a R$ 62 bilhões. Guedes Pinto, que foi ministro da Agricultura, afirmou que não há por parte do banco nenhuma política especial destinada aos chamados produtos sensíveis — entre eles milho, trigo, arroz e feijão —, mas ressaltou que o BB está atento.
Na avaliação do executivo, os preços agrícolas devem continuar elevados por mais dois ou três anos. “Não sei se esses preços vão perdurar como estão dizendo por aí”, resumiu. De acordo com ele, a turbulência mundial ocorre pela conjunção de uma série de fatores. “Temos cinco ou seis motivos. Há a grande demanda mundial, a queda nos estoques, a subida do petróleo, a especulação dos fundos, o milho usado para a fabricação de etanol e o subsídio dos países ricos”, completou Guedes Pinto.
