24 de maio de 2008

Corrupa e violenta. Essa é a policia do Serra


Nenhum dos 107 policiais civis de São Paulo investigados há um ano sob a suspeita de integrar um esquema de corrupção para permitir e proteger a exploração ilegal de máquinas caça-níqueis na capital foi punido até hoje pelo governo de José Serra (PSDB).

Em 25 de maio do ano passado, o advogado Jamil Chokr, 35, representante de empresas de caça-níqueis, se envolveu em um acidente de carro e, dentro do seu Vectra blindado, policiais militares encontraram documentos e dinheiro que indicavam o pagamento de propina para policiais civis.

Os PMs encontraram R$ 38 mil em dinheiro e peças de máquinas caça-níqueis. Parte do dinheiro estava em envelopes e, neles, estavam escritos números e, na seqüência, as letras D e P. As inscrições levaram os PMs a desconfiar que poderiam ser abreviações de distrito policial" ou delegacia de polícia.

Por insistência do coronel da PM José Hermínio Rodrigues, morto com seis tiros em janeiro deste ano, o caso acabou na Corregedoria da Polícia Civil, que apura prováveis crimes cometidos por policiais civis.

Além dos envelopes com dinheiro, Chokr também tinha em seu carro agendas com telefones de policiais paulistas. Com base nos documentos, foi apurado que Chokr pagava entre R$ 35 e R$ 50 por cada máquina caça-níquel para que os policiais civis não as apreendessem e até as protegessem.

As listagens apreendidas pela PM no Vectra de Chokr indicavam que, dos 93 DPs da capital, 84 estariam no esquema do advogado, que sempre negou a acusação de corrupção. Ele alega que os valores e documentos apreendidos eram referentes a honorários advocatícios.

Em agosto de 2007, quando falou à Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa, a delegada Cintia revelou que os policiais investigados eram delegados, chefe de investigadores, investigadores, carcereiros, escrivães e peritos criminais. A Secretaria da Segurança Pública, porém, não revela quem são esses policiais. A única medida anunciada pelo governo contra 45 dos 107 policiais suspeitos de receber dinheiro de Chokr foi o afastamento deles de suas funções de rua para que cumprissem atribuições administrativas. Mas, como seus nomes não são revelados, não há como comprovar essa informação. Mesmo afastados, os policiais recebem seus salários normalmente.

O acidente estranho

Em 25 de maio de 2007, Chokr trafegava com seu Vectra blindado pela marginal Tietê, na altura da Vila Guilherme (zona norte), e, segundo a versão apresentada à época, sofreu uma tentativa de assalto praticada pelo motoqueiro Cleverson Rodrigo Camargo Ricardo, 28. Preso, o motoqueiro admitiu trabalhar com o "recolhe de dinheiro oriundo de caça-níqueis espalhados pela capital".

Como os tiros supostamente disparados por Ricardo contra Chokr pararam na blindagem do seu Vectra, o advogado perdeu o controle do carro, bateu na traseira de um ônibus e acabou preso entre as ferragens, com a perna machucada.

PMs foram ao local do acidente para socorrer Chokr e prenderam Ricardo. Ontem, ao ser questionada sobre a acusação de roubo que pesa contra o seu cliente, Cristiane Linhares, advogada do motoqueiro, afirmou: "A situação continua a mesma. Só ele foi preso".

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