22 de fevereiro de 2008

País se torna credor líquido e custo de financiamento cairá


O coordenador de Planejamento Estratégico da Dívida Pública do Tesouro, Rodrigo Cabral, comentou ontem que a condição de credor externo líquido do país, alcançada em janeiro, terá como consequência a redução dos custos de financiamento. "Demonstra a solidez da economia e traz mais credibilidade ao Brasil. As agências de classificação de risco dão atenção para isso", afirmou.

O Banco Central divulgou ontem documento que revela ter o país alcançado, em janeiro, a condição de credor externo líquido. Isso decorre de volume de reservas internacionais maior que o da dívida externa.

Guilherme Pedras, coordenador de Operações da Dívida do Tesouro, afirmou que esse resultado histórico é uma consequência da estratégia do governo, iniciada em 2005.

Os objetivos foram alongar e melhorar o perfil da dívida pública reduzindo a exposição cambial. Além disso, Tesouro e Banco Central vêm atuando para articular a recompra de papéis da dívida externa e aumentar as reservas internacionais.

O Tesouro adotou a estratégia de realizar emissões de títulos no exterior apenas para melhorar a curva de juros estabelecendo, para o mercado, referências de papéis mais líquidos. Isso vem reduzindo o custo dessa dívida.

Neste ano, podem ser colocados papéis em reais ou em dólares. Pedras explicou que a recompra reduz a dívida externa e faz com que esses ativos fiquem mais escassos. Portanto, permite ao governo pagar taxas menores aos investidores.

Como as taxas pagas pelo Tesouro são referência para o mercado, Pedras concluiu que, a médio e longo prazos, a tendência é a de esse benefício ser repassado para todo o crédito.

O relatório da dívida pública em janeiro, divulgado ontem pelo Tesouro, informou que o estoque da dívida pública federal externa (DPFe) representa apenas 8,19% da dívida pública e chegou a R$ 107,4 bilhões (US$ 61 bilhões). Isso representa redução de 1,38% sobre o valor de dezembro. Desse total, R$ 83,1 bilhões (US$ 47,2 bilhões) são da dívida mobiliária e R$ 24,3 bilhões (US$ 13,8 bilhões) da dívida contratual.

Janeiro teve resgate líquido de R$ 1,9 bilhão na dívida externa. A composição da DPFe, no mês passado, teve os títulos e contratos denominados em reais com participação de 9,67%. As obrigações mobiliárias e contratuais em dólares representam 76,66% do total. Os papéis com vencimento em até 12 meses são 6,57% do estoque. Os títulos acima de cinco anos são 66,37%. O prazo médio, em janeiro, foi de 69,86 meses.


0 comentários to “País se torna credor líquido e custo de financiamento cairá”

Postar um comentário

 

Blog Da Kika Copyright © 2011 -- Template created by Kika Martins -- Powered by Blogger