4 de janeiro de 2008

Petrobras vende ações de petroquímica da Argentina


A Petrobras anunciou ontem a venda por US$ 32 milhões da participação de 40% na Petroquímica de Cuyo, que opera na província de Mendoza, na Argentina. O gerente executivo da Área Internacional da Petrobras para o Cone Sul, Decio Oddone, justificou o negócio como a venda de um ativo sem maior valor estratégico para a companhia, e não como um movimento de desinvestimento na Argentina.

Herdada da antiga Perez Companc, a petroleira comprada em 2002 naquele país, a participação minoritária, segundo Oddone, não garantia qualquer direito de gestão sobre a empresa.

- Esse era um ativo sobre o qual a Petrobras não detinha qualquer direito de gestão. Por isso não fazia qualquer sentido mantê-lo em nosso portfólio - justificou o gerente da empresa. - Isso não quer dizer, porém, que não temos interesse na Argentina. É um país no qual a empresa tem ampliado os investimentos, dentro de uma programação normal, que vai continuar.

A participação na petroquímica de Cuyo foi vendida pela subsidiária da empresa naquele país, a Petrobras Energia (Pesa), para os sócios, o grupo argentino Admire Trading Company, que já detinha 50,5% do negócio, e para o Grupo Investidor Petroquímica, também da Argentina. O negócio foi comunicado ontem, oficialmente, à Bolsa de Buenos Aires, na qual a companhia brasileira tem ações listadas.

A Petroquímica de Cuyo produz polipropileno em uma planta industrial localizada no município de Luján de Cuyo. Sua venda ocorre pouco mais de um mês depois da alienação definitiva de outro ativo adquirido pela Petrobras na Argentina, a empresa de transmissão Transener, também herdada da antiga Perez Companc. Vendida em novembro por US$ 54 milhões para um consórcio de empresas argentinas formado pela Enarsa e a Eletroenergia, a Transener chegou a ser motivo de disputa da empresa brasileira com o governo de Néstor Kirchner, que a considerava estratégica para o abastecimento energético do país.

Interesse na Argentina

Ao fim de uma árdua negociação com as autoridades de defesa da concorrência argentinas, a direção da Petrobras decidiu vendê-la como forma de receber o aval oficial para a compra da Perez Companc. A venda da Petroquímica de Cuyo, segundo Oddone, nada teve a ver, no entanto, com qualquer pressão governamental. Tampouco, conforme assegurou, representa a saída da empresa brasileira do setor petroquímico daquele país, onde se mantém como sócia da americana Dow Química no projeto Mega, responsável pela produção de etano no pólo de Baía Blanca.

Como exemplo do interesse da companhia na Argentina, Oddone cita, além da petroquímica, os investimentos previstos para o setor de Exploração e Produção. Para o fim deste ano, revelou, está prevista a perfuração do primeiro poço marinho (offshore) na Argentina, por meio de um consórcio que também conta com a estatal nacional Enarsa, a uruguaia PetroUruguay e a espanhola Repsol. A empresa também adquiriu dois blocos exploratórios em terra no fim de 2007.

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