As promessas de Ano Novo na área de Segurança Pública continuam afagando a esperança dos cariocas por um 2008 menos violento. Depois da frota de viaturas renovada e do aumento de efetivo policial, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, anunciou ontem a construção, na sede da Polícia Civil, do Laboratório Contra Lavagem de Dinheiro, que poderá ser uma das maiores armas contra o crime organizado. O sistema de computadores e softwares, que será implantado em até seis meses, será capaz de mapear relações entre suspeitos e agilizar a apuração de escutas telefônicas e dados bancários e fiscais. Com o laboratório, o Rio terá uma das polícias tecnologicamente mais bem equipadas do país.
Agilidade
Investigações técnicas, que podem durar até cinco anos para serem depuradas e mobilizariam até 50 analistas, poderão ser feitas em cerca de dois meses com 10 pessoas. A partir da autorização judicial, os policiais poderão ter, sem intermediações e em poucas horas, as mais variadas informações de um cidadão sob investigação. Diversos tipos de dados, como bancários, fiscais, telefônicos, da Controladoria-Geral da União e do Tribunal de Contas, poderão ser analisados com rapidez pelo sistema.
Outras instituições e polícias queriam o equipamento, mas, como diria o gaúcho, boi lerdo bebe água suja - disse Beltrame, provocando risos de titulares de delegacias.
A polícia do Rio será a primeira do país a receber o laboratório, criado por convênio entre os governos estadual e federal e que custará em torno de R$ 2,5 milhões. O sistema será uma réplica da unidade modelo, inaugurada em julho deste ano em Brasília, e que já teve eficácia comprovada em operações da Polícia Federal.
Pioneirismo em Brasília
O sistema vai proporcionar melhoria e rapidez nas investigações policiais que poderão ser percebidas pela população a curto e médio prazo - disse o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior.
No primeiro semestre, enquanto o sistema estiver sendo implantado, haverá um curso com 150 policiais para que eles aprendam a usar o sistema.
O objetivo da Secretaria Nacional de Justiça é criar uma rede entre as polícias estaduais, federal e o Ministério Público, com as informações colhidas nos laboratórios instalados em cada região do país. São Paulo também fechou um acordo de cooperação técnica entre o MP e o Ministério da Justiça para a implantação do laboratório.