11 de julho de 2007

Secretário americano vai levar pedidos de empresários brasileiros para Lula

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, desembarcou ontem no Brasil no papel de quem veio oferecer ajuda ao país. Parte dessa "ajuda" será dizer ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no encontro que terão hoje, que o Brasil precisa fazer reformas estruturais, como a tributária e a trabalhista, simplificando e reduzindo as regulamentações, de modo a facilitar a vida das empresas. Pelo menos foi o que ele prometeu a um grupo de empresários ontem, em Nova Lima (MG).

"Os governos que fazem reformas, simplificam, reduzem as regulamentações, esses governos beneficiam de fato seus povos", declarou o secretário durante o encontro com empresários promovido pela Fundação Dom Cabral (FDC). "É maravilhoso como os países respondem às reformas."


Antes de aterrissar em Brasília, o secretário americano fez questão de parar em Minas Gerais para dois encontros: um com o governador Aécio Neves (PSDB) e outro com um grupo de empresários mineiros.


Segundo ele, queria ouvir a "verdade" sobre os obstáculos para o desenvolvimento do país. "Não há nada como estar num grupo como este, de empresários que falam a verdade", afirmou Paulson. No papel de quem veio ao Brasil disposto a ajudar, numa situação inusitada, o secretário até tomou notas das reclamações - muitas - dos empresários reunidos pela FDC.


Instituição de ensino focada no desenvolvimento de executivos e empresas, a fundação convidou cinco empresários mineiros para falar ao secretário sobre seus negócios e os obstáculos que enfrentam no país diante de uma platéia de alunos, ex-alunos e jornalistas.


Presidente do grupo Santa Bárbara, que atua no setor de construção civil e logística, Gustavo Dias reclamou dos altos custos trabalhistas que tiram a competitividade das empresas brasileiras e também da burocracia. Reclamou também da burocracia que dificulta a operação das empresas. "Geralmente, quando tem muita burocracia, tem corrupção", sentenciou o secretário, ao ouvir o relato do empresário.


Para o presidente da Líder Aviação, Eduardo Vaz, o maior problema do país é a falta de investimentos bem planejados em infra-estrutura adequada. Segundo ele, o atual colapso do sistema de controle de tráfego no país é um exemplo de falta de planejamento por parte do governo. "O governo não investiu ou investiu errado", concluiu o presidente da maior empresa de aviação executiva do país. "Fala-se muito e faz-se pouco."


Diante do relato dos empresários, o presidente do Tesouro dos Estados Unidos prometeu ajuda em duas frentes: infra-estrutura e financiamento para pequenas empresas. Segundo ele, o Tesouro americano vai intensificar o trabalho com organismos como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento de modo a liberar mais recursos para financiar projetos de infra-estrutura no Brasil.


O secretário prometeu ainda trazer para o país programas de financiamento voltados para as pequenas empresas. "É preciso colocar o capital por detrás das pessoas, das idéias, dos pequenos negócios", argumentou. De acordo com ele, mais de 50% da economia americana é movimentada pelos pequenos negócios.


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