11 de julho de 2007

País disputa fábrica de vacina de US$ 500 mi da Novartis

O Brasil disputa com Índia, China, Cingapura e Itália uma fábrica da Novartis, que produzirá vacinas contra meningite, um investimento de US$ 500 milhões.

O assunto foi um dos temas do encontro de anteontem à noite, no Palácio do Planalto, entre o presidente mundial da Novartis, Daniel Vasella, e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. A definição da empresa suíça acontecerá em agosto ou setembro, segundo informou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

O ministro afirmou que o Estado de Pernambuco é um candidato para sediar a unidade, que terá 80% da produção voltada ao mercado internacional. Temporão salientou que se país for o escolhido será a primeira vez desde 1982, quando a Sintek fechou as portas, que uma empresa privada produzirá vacinas no Brasil.

A possibilidade de a Novartis investir no Brasil ocorre dois meses depois o governo ter lançado mão do licenciamento compulsório do efavirenz, uma droga antiaids produzida pela Merck Sharp & Dohme. Segundo analistas, a atitude gerou desconfianças e suspeitas de que a indústria farmacêutica pudesse vir a retaliar o Brasil.

Segundo o diretor de assuntos corporativos da Novartis no Brasil, Nelson Mussolini, o país participa de uma espécie de concorrência internacional para a instalação da fábrica. "É uma licitação. Pernambuco é apenas um dos Estados em disputa", disse Mussolini, indicando que São Paulo e Rio também concorrem ao investimento.

Na audiência com Lula estavam presentes, além do ministro da Saúde, o governador de pernambuco, Eduardo Campos, e o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho. Temporão avalia que Pernambuco tem vantagens em relação a outras regiões.

Coelho disse que um dos principais atrativos oferecidos pelo Estado foi a possibilidade de uma redução de até 80% no Imposto de Renda, mecanismo permitido ao Nordeste, e as facilidades logísticas do Estado. As conversas com a Novartis ocorrem desde maio. Consultores americanos e chineses, contratados pela multinacional, visitaram o país e encaminharam questionários para vários Estados. "Temos o segundo laboratório oficial do país. E a segunda maior rede de hospitais e profissionais de saúde. Em 2010, a Hemobrás estará instalada no Estado - um investimento de US$ 80 milhões".

Temporão ressaltou que investimentos em saúde geram empregos qualificados e redução no déficit da balança setorial. Segundo ele, outro fator que pesa na possível escolha de Pernambuco é o clima. "Vacinas precisam ser produzidas em ambiente onde as temperaturas não oscilam muito, nem haja diferença acentuada entre temperatura máxima e mínima."

Na audiência com o presidente mundial da Novartis, Lula ressaltou o bom ambiente de negócios no país. Vasella declarou-se fã do presidente desde que ambos conversaram em Davos, durante reunião do Fórum Econômico Mundial. Na oportunidade, os dois conversaram sobre os impasses na rodada Doha.

Além de tentar atrair a nova fábrica da Novartis, o governo brasileiro também está negociando a redução de preços do medicamento Glivec, produzido pela empresa e utilizado no tratamento de câncer. "Gastamos hoje, por ano, R$ 200 milhões para comprar esse medicamento, que atende 4 mil pacientes. Esse orçamento representa os gastos anuais de três grandes hospitais", comparou Temporão. A Novartis não se manifestou sobre o preço do Glivec.

0 comentários to “País disputa fábrica de vacina de US$ 500 mi da Novartis”

Postar um comentário

 

Blog Da Kika Copyright © 2011 -- Template created by Kika Martins -- Powered by Blogger