11 de junho de 2007

BRASIL CAMINHA PARA UM NOVO RECORDE DE FUSÕES

As fusões e aquisições anunciadas no Brasil cresceram 12,1% nos primeiros cinco meses de 2007 (em relação ao mesmo período de 2006), atingindo US$ 19,5 bilhões, segundo ranking mensal preparado pela Thomson Financial especialmente para este jornal. No mundo, o avanço foi de 65,7% em relação ao mesmo período do ano passado, elevando o total para US$ 2,2 trilhões, Já os negócios anunciados na América Latina aumentaram 21,3%, para US$ 37,3 bilhões.

O setor que concentrou o maior volume de operações no período, em termos mundiais, foi o financeiro, com US$ 476,9 bilhões em cinco meses. Em seguida aparecem os setores de energia e imobiliário, com US$ 337,7 bilhões e US$ 222,3 bilhões, respectivamente.

"Tudo indica que neste ano o recorde de operações será novamente batido, como em 2006", acredita Matheus Villares, o responsável pela área de fusões do Citigroup no Brasil. O executivo evita fazer projeções, pois o fechamento de uma grande operação - como a de venda do banco holandês ABN Amro, por cerca de US$ 100 bilhões - desequilibraria qualquer previsão.

O Citi aparece em terceiro lugar no ranking global da Thomson, em primeiro na América Latina e em quarto no Brasil. Mas sua participação na venda da Ipiranga para um grupo de investidores, no valor de US$ 4 bilhões, ainda não aparece no ranking, apesar de ter sido anunciada em março. Segundo Villares, o Citi realizou no Brasil US$ 7,52 bilhões em negócios, o que lhe daria a liderança no período. Os últimos negócios liderados pelo banco no Brasil foram a venda do Atacadão para Carrefour, por US$ 1,1 bilhão no final de abril; e a compra da DM Farmacêutica pela Hipermarcas, que envolveu também o aumento da participação dos sócios mexicanos - um negócio de US$ 950 milhões.

Luiz Muniz, sócio global do Rothschild - que lidera o ranking da Thomson de operações anunciadas no Brasil (seguido por Deutsche Bank e UBS)-, acredita que neste ano o volume de fusões no Brasil pode superar os US$ 50 bilhões (no ano passado, o total de operações anunciadas foi de US$ 33,1 bilhões, o mesmo montante para as completadas). "Temos um portfólio de alguns bilhões de dólares em operações no forno, de diversos setores", diz Muniz, sem mais detalhes. O último negócio do banco foi a assessoria na compra da americana Swift pelo Friboi, por US$ 1,4 bilhão.
No ranking global, logo após o Goldman Sachs, um dos cinco grandes que se revezam na liderança (com negócios no valor de US$ 774 bilhões), aparece o Morgan Stanley (com negócios de US$ 697 bilhões). Isto se deve à sua forte presença nas operações em seu país de origem, os Estados Unidos. Uma das últimas grandes transações em que o banco esteve envolvido foi a compra da Reuters pela Thomson Financial.
"O negócio de fusões e aquisições é extremamente importante para nós, por isso sua boa reputação e colocação no ranking global", diz Daniel Goldberg, diretor da área de fusões e aqusições do banco no Brasil. "O Morgan Stanley considera muito importantes os mercados da América Latina, especialmente o Brasil, que deve ser uma das prioridades do banco daqui para frente".

Considerando os negócios efetivamente completados, a liderança no Brasil passa para o Citi, com US$ 2,27 bilhões. Em segundo aparece o Credit Suisse, com US$ 1,68 bilhão; em terceiro, o ING, com US$ 1,13. No total, o volume ficou em US$ 4,8 bilhões, quase 23% a menos do que no mesmo período do ano anterior. No mundo, os negócios fechados atingiram US$ 1,32 trilhão - um aumento de 20% no período. A liderança nos primeiros cinco meses deste ano ficou com o Morgan Stanley; o segundo lugar ficou com o Goldman. Na América Latina, o líder entre negócios completados foi o Citi; em seguida, aparece o Credit. No total, os negócios completados na região cresceram 249%, para US$ 53,77 bilhões.

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