18 de agosto de 2011

PMDB: ligado a Serra, Padilha 'não dará trabalho' a Dilma


Ligado ao tucano José Serra, de quem fez a campanha na corrida presidencial do ano passado, o ex-ministro dos Transportes do governo FHC Eliseu Padilha (PMDB-RS), que se prepara para assumir na Câmara dos Deputados a vaga de Mendes Ribeiro Filho, alçado a novo ministro da Agricultura, não deverá "dar trabalho" à presidente Dilma Rousseff. A garantia é do presidente nacional peemedebista, Valdir Raupp (PMDB-RO).

"O Padilha é um homem maduro, experiente, vai para ajudar, para contribuir. Acho que ele vai ajudar. Se alguns pensam que ele vai dar trabalho, ele vai contribuir muito para ajudar a harmonizar a base do governo na Câmara", disse Raupp, ao lembrar da instabilidade de parlamentares governistas que, insatisfeitos, na última semana chegaram a boicotar votações em Plenário.

"Padilha, se não apoiou naquele momento (de eleição), agora vai integrar a base. Já nos disse que vai integrar a base. Acho que poderá ajudar muito nesse momento de turbulência, ajudar a agregar a base. A base hoje é muito folgada. A oposição dificilmente passa dos 80, 90 votos na Câmara e 17, 19 no Senado. Há uma margem muito ampla que dificilmente vai comprometer a aprovação de projetos importantes", explicou o presidente do PMDB.

Ao relembrar a rebeldia da base aliada - a crise entre os governistas culminou com a retirada do Partido da República da base aliada à Dilma -, Raupp disse que "o problema são desconfianças que devem ser retiradas". "Confiança é igual vidro. Se trincar, fica difícil consertar. Espero que não tenha trincado, que ainda esteja em uma fase de prevenção que não deixe aumentar", disse o presidente do PMDB.

Eliseu Padilha, considerado uma das principais lideranças peemedebistas no Rio Grande do Sul, é acusado pela Polícia Federal de ter envolvimento em crimes nas licitações para construir as barragens de Jaguari e Taquarembó, na metade sul do Estado. Desde 2009, ele já era investigado pela Operação Solidária, deflagrada para investigar desvios de recursos e direcionamento de licitações protagonizados por agentes públicos.

Piauiense é cotado para líder do governo no Congresso
Dilma deve escolher um deputado para ocupar o posto de líder do governo no Congresso, afirmou Raupp nesta quinta-feira. "A presidente disse ontem ao vice-presidente (Michel) Temer que deverá ser da Câmara, que continuará a liderança do governo no Congresso da Câmara dos Deputados. Não sabemos ainda se do PMDB ou de outro partido."

O senador afirmou que o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) é um dos cotados para o cargo e que seu nome conta com o apoio do partido. O posto era ocupado até a quarta-feira por Mendes Ribeiro.

A queda do ministro da Agricultura
Em decisão que surpreendeu a própria presidente Dilma Rousseff, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi (PMDB), pediu demissão no dia 17 de agosto de 2011, após uma série de denúncias contra sua pasta e órgãos ligados a ela. Em sua nota de despedida, ele alegou que deixava o cargo a pedido da família e afirmou que todas as acusações são falsas, tendo objetivos políticos como a destituição da aliança de apoio à presidente e ao vice, Michel Temer.

A revista Veja publicou, no final de julho, denúncias do ex-diretor financeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) Oscar Jucá Neto de que um consórcio entre o PMDB e o PTB controlaria o Ministério da Agricultura para arrecadar dinheiro. O denunciante é irmão do senador Romero Jucá, líder do governo no Senado, e foi exonerado após denúncia da própria revista de que teria autorizado o pagamento de R$ 8 milhões a uma empresa "fantasma".

Outra reportagem afirmou que um lobista, Júlio Froés, atuaria dentro da pasta preparando editais, analisaria processos de licitação e cuidaria dos interesses de empresas que concorriam a verbas. Segundo a revista, o homem teria ligações com Rossi e com o então secretário-executivo do ministério, Milton Ortolan. Ambos negaram envolvimento, mas Ortolan pediu demissão em 6 agosto. Em seu lugar foi escolhido o assessor especial do ministro José Gerardo Fontelles, que acabou assumindo o lugar do próprio Rossi interinamente.

No dia 16 de agosto, o Correio Braziliense publicou reportagem que afirmava que Rossi e um filho sempre são vistos embarcando em um jato da empresa Ourofino Agronegócios. Conforme a publicação, o faturamento da Ourofino cresceu 81% depois que a empresa foi incluída como fornecedora de vacinas para a campanha contra a febre aftosa. O ministro admitiu que pegou "carona" algumas vezes na aeronave, mas negou favorecimento à empresa e disse que o processo para a companhia produzir o medicamento teve início em 2006, antes de ir para o ministério.

Contudo, a Comissão de Ética da Presidência anunciou que iria analisar a denúncia. Por fim, no dia em que Rossi decidiu pedir demissão, o ex-chefe da comissão de licitação da pasta Israel Leonardo Batista afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que Fróes lhe entregou um envelope com dinheiro depois da assinatura de contrato milionário da pasta com uma empresa que o lobista representava. A Polícia Federal instaurou um inquérito para tratar o caso.

Com informações da Reuters.

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