7 de maio de 2010

PT conta com PSB para dividir eleitores no RS e SP

O PT não vai pressionar o PSB a abrir mão de concorrer ao governo de dois Estados considerados estratégicos: Rio Grande do Sul e São Paulo. A avaliação, feita em almoço das duas legendas com a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, é de que tanto Beto Albuquerque (PSB-RS) quanto Paulo Skaf (PSB-SP) trazem mais vantagens do que prejuízos às candidaturas de Tarso Genro (PT-RS) e Aloizio Mercadante (PT-SP). No primeiro caso, o pessebista mantém um bom diálogo com PR e PP, o que impediria uma aproximação imediata dos dois partidos ao PSDB. Já em São Paulo, Skaf tem um perfil de eleitorado semelhante ao do tucano Geraldo Alckmin, o que pode ajudar a levar a disputa para um segundo turno.

Após a desistência do PSB da candidatura presidencial do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), a primeira providência do partido foi deixar claro que não abriria mão de ter candidatos próprios em Estados considerados importantes para os planos de crescimento e consolidação da legenda. As eleições gaúcha e paulista enquadram-se nesse perfil, mas o potencial de atrito com o PT é enorme.

No Sul, Tarso Genro desistiu do Ministério da Justiça antes do prazo de desincompatibilização para antecipar as viagens pelo interior e o contato com as lideranças locais. Já Beto Albuquerque, apesar de aliado há duas eleições estaduais e duas municipais (Porto Alegre), defende uma postura de independência em relação ao PT.

Em São Paulo, durante meses, o PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esperaram que o candidato do PSB fosse Ciro Gomes. O parlamentar cearense transferiu o título para o Estado, mas não quis desistir de concorrer ao Planalto e o PSB acabou vetando os seus planos. A situação ainda seria mais delicada em relação a Skaf, por ser este um crítico frequente da política de juros do Banco Central.

No almoço com Dilma, o presidente do PSB e governador de Pernambuco, candidato à reeleição, Eduardo Campos (PE), avisou ao PT que a disposição de aliar-se à campanha presidencial não poderia ser atrelada ao abandono do projeto político do PSB. Dilma tranquilizou Campos, afirmando que as candidaturas do partido são legítimas e que, tanto da parte dela quanto do PT, não haveria intenção de constranger qualquer aliado.

Foi nesse momento que os representantes do PT no encontro - o presidente nacional do partido, José Eduardo Dutra, e o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza - analisaram o cenário paulista e gaúcho. Para os petistas, Albuquerque tem ótimo trânsito no PP gaúcho, um partido forte, com cinco deputados federais e quase 150 prefeituras e que, tradicionalmente, é adversário político do PT local. Além disso, o PT nacional quer aproveitar a distância momentânea entre pepistas e tucanos gaúchos para atrair a legenda para a campanha nacional.

Já em São Paulo, a expectativa é de que a presença de Skaf, um recém ingresso em uma legenda de esquerda mas que é presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), possa dividir os votos conservadores da campanha do PSDB, diminuindo a possibilidade de que a eleição no Estado seja resolvida no primeiro turno em outubro.

1 comentários:

  • sexta-feira, 07 maio, 2010
    alex says:

    DOCUMENTO DE CAMPANHA DO PSDB É FEITO COM TIMBRE DA CÂMARA


    MARCELA ROCHA – TERRA - 07 de maio de 2010 • 15h18

    A imagem ao lado é um fac-símile do ofício um tanto quanto inusitado recebido pelo líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza, nesta segunda-feira (3). Vindo do gabinete do também líder Paulo Bornhausen (DEM), o documento orienta parlamentares da oposição sobre como fazer a campanha do pré-candidato tucano, José Serra. Temas a serem abordados e como serem abordados permeiam as quatro páginas com o timbre da Casa.
    As orientações são feitas pela coordenação de comunicação da campanha de Serra e repassadas a parlamentares do DEM, PPS e PSDB. Segundo Bornhausen, esta é "uma maneira efetiva" de participarem da "dura campanha que se prenuncia". O primeiro tema a ser abordado no documento é a Lei de Responsabilidade Fiscal. Segundo as orientações, os parlamentares devem traduzir o tema, "que é complexo", para a população e caracterizá-lo como "herança maligna de Lula".
    O tema seguinte diz respeito à "Continuidade X Avanço". Tacitamente, a coordenação coloca que a palavra a ser usada pelos "aliados de Serra" deve ser "Avanço" e não "Continuidade", porque a primeira "expressa salto de qualidade, que ultrapassa a ideia de mera continuação".
    Se forem questionados sobre por que mudar se o governo está bom, os parlamentares têm linhas gerais de respostas: "continuidade é ao que o governo Lula continuou: aos fundamentos econômicos decorrentes do Plano Real, da Lei de Responsabilidade Fiscal, das metas de inflação...". Ou então: "continuidade ao que ele (Lula) continuou na política social (Bolsa Família). O grande mérito do governo Lula foi ter percebido a importância do que vinha sendo feito".
    Quando o assunto é "privatizações", a orientação é enfrentar "o mito das privatizações, cujos frutos o governo Lula hoje colhe e proclama (...)".
    Segundo matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, também saíram dos gabinetes dos deputados Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM)-BA) e João Pizzolatti (PP-SC) emails ofensivos à pré-candidata petista, Dilma Rousseff. O líder do PT encaminhou ao presidente da Câmara Michel Temer (PMDB) uma notificação para que fosse apurado o uso indevido da estrutura da Casa com fins de campanha eleitoral.
    Bornhausen já restituiu aos cofres do Tesouro os valores gastos na impressão do material. Vaccarezza disse, em seu Twitter, que aguarda retratações do líder do DEM.
    http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2010/noticias/0,,OI4419358-EI15315,00-Documento+de+campanha+do+PSDB+e+feito+com+timbre+da+Camara.html

    ****************************
    Comentário do Brizola Neto, do Blog Tijolaço. Só 1 trecho:

    E aí entra a segunda questão:
    quem está espalhando sistematicamente esta sordidez de apontar Dilma como assassina e assaltante? Posso dar uma dica: quem começou foi a própria Folha, ao abrir suas páginas para reproduzir uma montagem apócrifa tirada da internet, com uma ficha falsa do Dops, ilustrando uma entrevista com uma pessoa que nega ter dito o que o jornal coloca em sua boca.

    ACHEI FRACA, embora bem intencionada, a reação do líder do PT, Cândido Vacarezza, de pedir uma sindicância à Mesa da Câmara para apurar o episódio. O comando do PT não pode ficar indo, como dizia Machado de Assis, “de borzeguins ao leito”.

    É direto no TSE.

    delete

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