13 de dezembro de 2009

Réveillon milionário


R$ 52 mil: O quarto do bangalô premium do resort Txai, em Itacaré (BA)


Lençóis de 300 fios de algodão egípcio, lava-pés na porta do quarto, carrinho de golfe para circular num terreno de paisagem deslumbrante, personal trainer à disposição e uma camareira que desfaz e depois arruma a sua mala. Estes são mimos oferecidos a hóspedes dos hotéis que promovem os Réveillons mais caros do Brasil. Passar a virada de ano nesse ambiente de luxo e riqueza pode custar até R$ 69 mil por casal.

É este o valor pago pelas pessoas que já reservaram as três suítes mais caras do hotel Fasano, na avenida Vieira Souto, no Rio, onde a cantora Madonna se hospedou no mês passado. Os quartos, de 130 m2 com vista para o mar de Ipanema, têm TV de plasma, bar particular com máquina de café expresso e banheiro com vista panorâmica. Entre as mordomias, o professor particular de ginástica, que pode ser feita na praia ou no "fitness center", serviço VIP na areia e uma massagem de boas-vindas. Ao voltar para o quarto no fim do dia, o hóspede sempre encontra a banheira já cheia com água quente, espumas e sais.

"São pequenas coisas, detalhes que a pessoa não percebe. O valor embute a boa vontade da equipe. Todos cuidam de tudo", diz Paula Bezerra de Mello, RP do Fasano. Para Rogério Fasano, dono do hotel, os preços elevados-o quarto mais barato, também já esgotado, sai por R$ 15 mil-se devem à lei da oferta e da procura. "É altíssima temporada. O Réveillon no Rio é um destino muito procurado e o hotel é pequeno", diz. São 89 quartos disponíveis. O nome dos hóspedes é mantido em segredo, como convém a lugares de tal gabarito.

Os felizardos que vão passar o Ano-Novo lá receberão uma garrafa de champanhe Veuve Clicquot no quarto e desfrutarão de ceia com um menu vasto (que, para quem não está hospedado, custará R$ 1.600, mais 13% de serviço): terrina de foie gras com strudel de maçã-verde, figo e molho ao porto, ravióli recheado de couve-flor, salsicha toscana, purê de feijão e trufa negra, cordeiro recheado de "lardo di Colonnata" (um tipo de bacon nobre), tomate seco com creme de lentilha. A virada será à beira da piscina e a festa, no bar Londra. "É o tratamento oferecido o ano todo para os hóspedes, e não só no Réveillon", diz Fasano.

Inaugurado em 2007, o Fasano passou a disputar com o Copacabana Palace o título de Réveillon mais luxuoso, requintado e caro do Rio -e, portanto, do país. "Modéstia à parte, temos a vista mais bonita do Rio", diz Fasano. Da piscina é possível se maravilhar com as pedras do Arpoador e, na outra ponta, o morro Dois Irmãos. "O Réveillon no Fasano é mais para paulista, que gosta de ficar dentro da boate", diz Patrícia Brandão, ex-RP e consultora do Copa. O hotel, de onde se pode ver toda a tradicional queima de fogos ("do Fasano eles só vêem a rebarba", diz Patrícia), é famoso por suas festas de Ano-Novo frequentadas por estrangeiros, jet setters e empresários. Este ano, o prefeito Eduardo Paes (PMDB-RJ) deve repetir a experiência do último Réveillon e passar a meia-noite do dia 31 no Copa. O apresentador Jô Soares é outro que, de acordo com o hotel, já reservou lugar.

As sete coberturas de 100 m2, com terraço privativo e vista para o mar, já estão reservadas por R$ 57,6 mil (para duas pessoas, por seis dias). "Os hóspedes não são celebridades, são pessoas de famílias importantes, superempresários. Pessoas ricas, mas anônimas", diz Patrícia. No sexto andar, onde as suítes estão instaladas, há uma piscina privativa.

Apenas a reserva para a ceia e o baile nos salões principais saem por R$ 1.400, mais 10% de serviço."Acho barato, pela qualidade oferecida. Minhas sobrinhas foram para Jurerê [praia de Florianópolis] no ano passado. Comeram mal e pagaram R$ 2.000", diz Patrícia.

Fora do Rio, outro Réveillon de estilo milionário é o do resort Txai em Itacaré, no sul da Bahia, onde o presidente francês Nicolas Sarkozy e a primeira-dama Carla Bruni passaram o último Réveillon. Lá, o bangalô top de linha, de 70 m2, custa R$ 52,2 mil por sete dias, com café da manhã, uma ceia e um jantar inclusos. O pacote mais barato custa R$ 23,4 mil.

Os frequentadores do resort começam a ser paparicados no transfer do aeroporto de Ilhéus. No carro, eles já podem contar com serviço de bar e um agrado: uma cocada de cacau. O check-in é regado a água de coco ou caipirinha. Como o hotel é muito grande, os que têm preguiça de caminhar são transportados em carrinhos de golfe para ir à praia, à piscina, às quadras de tênis. Na porta dos bangalôs estão instalados lava-pés com flores.

A festa da virada tem música ao vivo e ceia farta. O menu tem iguarias como javali assado no forno a lenha com maçã e alho-poró. Mas quem espera uma queima de fogos, vai se decepcionar. "Temos o cuidado de preservar o ambiente. Por isso, não há fogos" explica André Lameiro, diretor de marketing do Txai. "Costumamos falar que é uma experiência, e não uma hospedagem", afirma ele.

Mas exclusivo de verdade será o Réveillon do xeque Tahnoon Bin Saeed, dos Emirados Árabes. Ele fechou a pousada Maravilha, a mais cara de Fernando de Noronha, para virar o ano com vinte amigos. As diárias no período saem por R$ 6.200 e ele reservou todos os cinco bangalôs e três apartamentos do lugar. Vai gastar cerca de R$ 350 mil.

Na Maravilha, uma camareira de confiança desfaz a bagagem. Quando o hóspede deixa o quarto, alguém da equipe já se encarrega de entrar para limpar-são três arrumações diárias, a última sendo a que deixa a cama super "king size" preparada para a hora de dormir. Da varanda do bangalô, onde se pode tomar banho de ofurô, se tem a vista da baía do Sueste. Quem se hospeda lá, além da paisagem, conta com paparicos já no check-in do aeroporto, sendo recebido com coquetel de boas-vindas, drinques e petiscos. Mas o xeque árabe, é claro, desembarcará discretamente de seu jato particular.Da coluna de Mônica Bergamo

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