3 de dezembro de 2009

DEM quer livrar vice para ter plano B na disputa de 2010

O vice-governador Paulo Octávio não deverá sofrer punições do partido por seu envolvimento no chamado "mensalão do DEM" no Distrito Federal. Poderá, ao contrário, até se transformar numa espécie de plano B da legenda para candidatura ao governo local, caso consiga sobreviver ao desgaste político provocado pelo escândalo.

Caso a expectativa de expulsão do governador José Roberto Arruda no dia 10 se confirme e, assim, fique sem legenda para disputar a reeleição, Paulo Octavio herdaria o apoio para se candidatar. Enquanto isso, Arruda tentaria manter o comando do governo até o final do mandato.

A operação, porém, é considerada delicada e de alto risco. Depende da disposição de Paulo Octávio para se expor numa disputa dificílima e requer forte blindagem política em torno de seu nome, que também é citado no escândalo e deverá ser alvo de intensos ataques.

A estratégia fica atrelada ainda ao convencimento do próprio Arruda de que o projeto passará por uma aliança política real com Paulo Octávio, não se tratando de manobra para ocupação de seu espaço. "Esse movimento só existe se tiver a participação direta de Arruda. Do contrário, ele será o primeiro a implodir o plano", avalia um político próximo do governador, que considera a estratégia "plausível".

Assim como a expulsão de Arruda já foi decidida pelo comando do partido, a salvação interna de Paulo Octávio é considerada certa pelo DEM. Ele não aparece diretamente em vídeos ou áudios gravados pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa.

O problema central é que nas gravações de vídeo aparece Marcelo Carvalho, braço direito do ex-senador nas suas empresas, recebendo uma mala e uma pasta entregues por Barbosa, supostamente contendo dinheiro. Depois do escândalo, Paulo Octávio tem afirmado que não autorizou ninguém a receber nenhuma quantia em seu nome, inclusive Carvalho.

CONSULTA

Dirigentes do partido já levaram o caso informalmente a desembargadores para se aconselhar. A resposta à consulta indicou uma avaliação positiva, já que não existe prova material contra ele por ora. Segundo um dos consultados, "anotação feita por um bandido em um papelzinho não é prova".

Para os integrantes do DEM, o fato de o vice-governador não aparecer em nenhuma gravação já é suficiente para tratá-lo de outra forma. "São casos completamente diferentes. O DEM terá a coragem de fazer o que os outros partidos não fizeram, punindo com a expulsão um membro importante como o governador Arruda, porque foi flagrado numa situação com a qual não concordamos. Se ele não for expulso, eu saio do partido. Mas o caso de Paulo Octávio é diferente. Não precisamos ficar cassando a filiação de todo mundo, só porque alguém citou o nome dele, sem provas", afirma o deputado José Carlos Aleluia (BA).

No caso de Arruda, a situação está definida. Há uma rebelião nacional contra sua permanência no partido. São mais de 500 e-mails por dia enviados ao DEM por filiados. A condenação é certa porque 32 dos 43 votantes da Executiva Nacional têm mandato e não vão sacrificar suas eleições. Querem encerrar o caso o mais rápido possível.

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