29 de outubro de 2009

Miguel Jorge quer taxação sobre carro velho

Carros velhos, considerados poluentes, inseguros e responsáveis por parte dos congestionamentos que se formam quando quebram em locais de grande circulação estão na mira do ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge. Ontem, ele voltou a defender o aumento de impostos para veículos antigos e a taxação de modelos isentos do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), aqueles com mais de 20 anos de uso. Estão nessa faixa cerca de 1,3 milhão de veículos, o equivalente a 5% da frota no País.

O próprio ministro contou que possui carros antigos e não paga nem IPVA. "É um absurdo", comentou ele em Brasília. Na segunda-feira, na abertura do Salão Internacional do Transporte (Fenatran), em São Paulo, Miguel Jorge já havia defendido o aumento de impostos para carros velhos. A medida poderia incentivar a troca de modelos antigos por mais novos, o que resultaria em redução da poluição veicular e menos acidentes no trânsito. O IPVA é cobrado de acordo com o valor de mercado.

Segundo o ministro, o Brasil deve ser o único país produtor de automóveis que, quanto mais velho, mais poluente e mais inseguro for o veículo, menos se paga de imposto. "Como não temos uma inspeção veicular séria, temos milhões de automóveis velhos, criando problemas para o trânsito e para a segurança."

Dono da Over Car, pequeno comércio de carros velhos na zona leste de São Paulo, Sérgio Osvaldo de Oliveira, no ramo há 18 anos, considerou "um absurdo" a possibilidade da taxação nesse segmento. Ele vende modelos que custam de R$ 500 a R$ 3 mil. "Quem compra carro velho não tem dinheiro para comprar um novo", diz ele, para quem a medida pode incentivar ainda mais a ilegalidade dos veículos antigos. Dados do Detran apontam que cerca de 20% da frota da Grande São Paulo é ilegal.

Para o diretor da consultoria ADK, Paulo Roberto Garbossa, especializado no setor automotivo, mais eficiente do que taxar o carro velho seria reduzir o imposto dos novos. Em sua opinião, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) já foi uma demonstração de que, quando o preço cai, o consumidor compra mais. "A medida pode até ter efeito contrário, ou seja, ao taxar o usado, o preço vai subir e puxar também o preço do novo."

Para representantes do setor automotivo, pouco adianta impor a cobrança de impostos se não houver fiscalização. Dados do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) indicam que, da frota de 27,8 milhões de veículos que circulam pelo País, 6,85 milhões têm entre 10 e 15 anos; 2,94 milhões têm de 16 a 20 anos e 1,3 milhão de 21 a 47 anos.

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