10 de julho de 2009

Sob pressão da imprensa,Sarney faz CPI da Petrobras



Após o ultimato da imprensa, qu a cada di cria um factóide, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), anunciou ontem que a CPI da Petrobras será instalada na terça-feira. Jucá afirmou que a decisão da base governista foi tomada a pedido do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) – que ontem se tornou alvo de uma nova denúncia de irregularidade envolvendo, desta vez, sua fundação e a estatal.

A oposição ameaçava entrar com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal se a base do governo não apresentasse uma definição sobre o início dos trabalhos da comissão, que foi adiado três vezes pela estratégia governista de esvaziar as reuniões. A expectativa é de que na terça-feira seja eleito o presidente da comissão, que por sua vez vai ser o responsável pela indicação do relator. O líder do governo negou também que a base estivesse obstruindo o início dos trabalhos.

– Nós estávamos cobrando que a oposição cumprisse uma questão processual e devolvesse a relatoria da CPI das ONGs e desistisse da CPI do Dnit. Ninguém vai ganhar a CPI no grito – disse.

Segundo o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), a composição dos cargos de comando da CPI ainda vai ser discutida. Senadores governistas que acompanham as negociações dizem que o senador João Pedro (PT-AM) pode ficar na presidência e Jucá na relatoria. Além de confirmarem a instalação da CPI, os governistas anunciaram que vão antecipar para terça-feira a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias no Congresso.

O acordo entre a oposição e Sarney sobre a instalação da CPI amenizou a cobrança pelo afastamento do peemedebista do cargo. Desde que Sarney sinalizou que iria instalar a CPI, a oposição abandonou os discursos inflamados contra ele no Senado. A ameaça da oposição de recorrer ao STF fez o PMDB partir para o ataque e pressionar o PT pelo início dos trabalhos da comissão. Após uma consulta informal ao STF sobre o caso, os peemedebistas avaliaram que o desgaste para o governo pode ser maior.

Para o PMDB, a CPI tem duas funções importantes: tirar Sarney do foco da crise política que atinge a imagem da instituição e aumentar o poder de barganha do partido junto ao governo. Apesar de ser maioria, os governistas dependem diretamente do PMDB para vetar requerimentos que possam constranger o governo e os diretores da estatal.

A revelação de que empresas fantasmas ligadas à família de Sarney teriam recebido ao menos R$ 500 mil desviados de recursos repassados pela Petrobras quase derrubou o acordo fechado pela criação da CPI. Os aliados de Sarney temeram, por um momento, que a Comissão provocasse uma nova ofensiva contra o peemedebista.

Após a reunião, os aliados afinaram o discurso e passaram a dizer que a denúncia não deve ser objeto da CPI porque o assunto tem que ser explicado pelo Ministério da Cultura e não pela estatal. Antes da data de início da CPI ter sido definida, o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), admitiu que a nova denúncia aumentava a pressão para que Sarney se afastasse do cargo.

– Agora, é preciso que se entenda que a CPI da Petrobras não vai investigar apenas esse fato do desvio de recurso. Ela vai investigar um rol de denúncias que precisam ser esclarecidas – explicou.


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