28 de abril de 2009

Consumo reage e sobe 5% sobre fevereiro


O consumo brasileiro de energia elétrica caiu 0,4% em março deste ano na comparação com o mesmo mês de 2008. Apesar de ainda ser uma variação negativa, a demanda por eletricidade teve recuperação em relação ao comportamento do consumo verificado nos meses de fevereiro, janeiro e dezembro, quando a taxa mensal registrou baixa de 4,4%, 4,6% e 1,8%, respectivamente, na comparação anual. Em relação a fevereiro, o consumo total de eletricidade em março de 2009 cresceu 5,2%.

"Este é o primeiro mês desde dezembro em que o consumo de energia está subindo (na comparação com o mês anterior)", afirmou à Gazeta Mercantil Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia. "É um sinal de retomada", avaliou o executivo. Em relação a fevereiro, o consumo total de eletricidade em março de 2009 cresceu 5,2%.

Para este ano, a EPE mantém sua projeção de crescimento de 1,2% no consumo sobre 2008, para 397 mil gigawatts-hora (GWh).

O recuo menos expressivo na demanda por energia em março foi atribuído por Tolmasquim pelos sinais de recuperação da indústria nacional, que representa cerca de 46% do consumo total do País, em um momento de crise financeira. Em março, o consumo de eletricidade no setor produtivo, apesar de ter sido 10,5% abaixo do resultado do mesmo mês de 2008, superou os números de fevereiro deste ano em 6,2%. "O grande fator que ocasionou essa mudança no mês de março foi a indústria", ressaltou Tolmasquim. "O mercado industrial de energia elétrica mantém sinais de recuperação, movimento que continua desde o mês passado", afirmou a EPE em comunicado.

Segundo Tolmasquim, levando em conta o período entre 2004 e 2009, é possível observar que março deste ano teve a maior alta, ou seja, o maior ritmo de crescimento dos últimos anos. Considerando apenas as variações de demanda elétrica do setor industrial, segundo o presidente do órgão estatal, a taxa de março deste ano "é praticamente o dobro da taxa média que tem sido verificada" desde de 2000. "Olhando os últimos meses de março na comparação com fevereiro, o crescimento médio do consumo industrial foi de 3%. Neste ano, a ascensão foi de 6,2%", comparou.

No entanto, de acordo com o presidente da EPE, parte deste crescimento se deu por conta da baixa base comparativa verificada em fevereiro deste ano. "De fato há um efeito de base, mas há uma forte reversão da curva", comentou o executivo. "É como se tivéssemos chegado ao fundo do poço, e agora estamos subindo", completou.

Questionado sobre se o crescimento industrial será mais expressivo neste mês de abril, Tolmasquim é enfático: "Os resultados de março são um sinal, mas não dá para dizer como será o comportamento do mês seguinte", avaliou.

No mercado livre (sem vínculo com uma distribuidora e que reúne grandes indústrias), o consumo por energia, que desde outubro de 2008 apresentou mês a mês valores decrescentes, reverteu a trajetória e fechou março com alta de 7,9% na comparação com fevereiro de 2009. "Aparentemente, em março houve uma reversão ao que ocorreu no início da crise financeira", disse Tolmasquim. "Não dá para dizer se isso é um episódio isolado ou se vai continuar daqui em diante", insistiu.

Residencial e comercial

Os setores residencial e comercial apresentaram crescimentos de demanda superiores a 10% na região Sudeste do País, "influenciando os resultados nacionais. No geral, houve aumento de 10,3% no consumo residencial e de 8,6% no comercial", segundo a EPE. "Os segmentos residencial e comercial foram os menos afetados pela crise financeira mundial e o consumo de energia é prova disso", disse Tolmasquim. "As pessoas não pararam de consumir", completou. "Estas altas taxas continuam sustentadas pelo acréscimo do nível de renda e fortalecimento do mercado interno verificados nos últimos anos", afirmou o comunicado da Empresa de Pesquisa Energética.

Números do trimestre

O consumo total de energia elétrica fechou o primeiro trimestre deste ano com redução de 3,1% sobre os mesmos meses de 2008, somando 93.858 GWh. "O baixo patamar do consumo de energia elétrica industrial no primeiro trimestre teve forte influência no resultado", disse a EPE em seu comunicado.

Comparando a demanda de janeiro a março de 2009 com os mesmos meses de 2008, a retração no setor industrial chegou a 12,5%. "No trimestre, a queda do consumo de energia industrial alcançou todas as regiões. No consolidado, o volume consumido retornou ao patamar de 2005", disse a EPE. Por outro lado, os segmentos residencial e comercial seguiram apresentando crescimento. O consumo nas residências teve alta de 5,9% no trimestre, sobre o primeiro trimestre de 2008, enquanto a demanda no segmento comercial subiu 5,3% no mesmo período de comparação.

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