16 de abril de 2009

Brasil recebe elogios por reação à crise global


reação da América Latina à crise financeira global, com redução do crescimento, mas sem o colapso financeiro e cambial de diversos países, como ocorria no passado, foi um dos pontos de destaque no primeiro dia do Fórum Econômico Mundial no Rio de Janeiro.


O Brasil, particularmente, foi saudado como um dos países relativamente bem preparados para retomar o crescimento, quando o pior da crise passar. Tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, garantiram que o País, um dos últimos a sentir a crise, será também um dos primeiros a sair dela. "O Brasil vai crescer acima da média mundial", prometeu Meirelles.

Apesar disso, como frisou o presidente da Federação da Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, a projeção média do mercado para 2009 está em torno de queda de 1% do PIB brasileiro. E, durante o primeiro dia do Fórum, que se encerra hoje, surgiram também pontos de preocupação quanto ao desempenho da América Latina, especialmente a má qualidade dos gastos públicos e a tentação do populismo.

O presidente Lula, referindo-se aos países em desenvolvimento e particularmente à América Latina, disse que "não criamos o problema (da crise global), mas somos parte da solução". No mesmo tom quase ufanista, Ricardo Vilella, executivo-chefe para a América Latina do Itaú-Unibanco, foi além, afirmando que a região é uma "exportadora de estabilidade financeira" para o resto do mundo, com seus bancos bem capitalizados. "Não tivemos ativos podres", acrescentou. O presidente da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, comentou que todos sofrem com a crise, "mas a doença não está aqui."

Mas não foram só elogios ao Brasil e à América Latina. Javier Santiso, diretor do Centro de Desenvolvimento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apresentou um relatório sobre as Perspectivas Econômicas da América Latina, centrado na questão fiscal. O documento mostra que o efeito de melhora na distribuição de renda causado pelos impostos e pelos gastos dos governos dos países da OCDE é dez vezes maior do que o mesmo efeito na América Latina. A OCDE é uma organização que reúne os principais países desenvolvidos e alguns emergentes.

Santiso notou ainda que os países latino-americanos, especialmente o Brasil, vêm ampliando os gastos em educação e diminuindo a distância neste indicador em relação à OCDE. Ainda assim, os resultados de testes internacionais dos alunos da região ainda estão muito abaixo dos da OCDE, e também dos emergentes do Leste Asiático.

Já Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central (BC), disse que está preocupado com a qualidade da política econômica na região: "Há um cheiro de populismo no ar, e me preocupa que alguns países possam ir mais longe no populismo. Devemos ser mais cautelosos."

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