A balança comercial brasileira reagiu e fechou fevereiro com superávit de US$ 1,767 bilhão, resultado que supera o saldo positivo de US$ 850 milhões registrado em igual período do ano passado. Essa recuperação reverte o déficit de US$ 524 milhões de janeiro.
As exportações somaram US$ 9,588 bilhões no mês passado e as importações ficaram em US$ 7,821 bilhões, o que resulta em uma corrente de comércio de US$ 17,409 bilhões.
De acordo com Welber Barral, secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), o desempenho da balança de fevereiro foi bom por conta, principalmente, das exportações para a China, destino para o qual os embarques brasileiros cresceram 21,18%, em valores totais. As vendas para o mercado chinês saltaram de US$ 760 milhões em fevereiro de 2008 para US$ 921 milhões, em igual período deste ano.
Para Barral, o País terá de travar uma batalha contra o protecionismo para assegurar seus resultados no comércio internacional.
Balança comercial reage e fecha com superávit de US$ 1,767 bi
Brasília, 3 de Março de 2009 - O Brasil vai travar uma batalha contra as barreiras comerciais no comércio exterior, seja contra qual for o parceiro econômico. O recado foi dado ontem pelo secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Welber Barral, ao anunciar os resultados da balança comercial de fevereiro. "Todo o protecionismo será castigado", disse ao ser questionado sobre as dificuldades que os produtos brasileiros estão enfrentando para ingressar na Argentina. Barral anunciou que em fevereiro a balança teve superávit de US$ 1,767 bilhão, melhor que o saldo positivo de US$ 850 milhões de igual período do ano passado e diametralmente oposto a janeiro deste ano, quando houve déficit de US$ 524 milhões.
No total, as exportações brasileiras somaram US$ 9,588 bilhões no mês passado, enquanto que as importações somaram US$ 7,821 bilhões, o que resulta em uma corrente de comércio de US$ 17,409 bilhões. Em igual período de 2008, as exportações atingiram US$ 12,8 bilhões e as importações chegaram a US$ 11,95 bilhões, em uma corrente de comércio de US$ 24,75 bilhões. Ou seja, na comparação de fevereiro deste ano com fevereiro do ano passado, o total de exportações caiu 25,09%, as importações foram reduzidas em 34,55% e a corrente de comércio minguou em 29,66%, incontestáveis efeitos da crise econômica mundial. O resultado é que em fevereiro as médias diárias de exportação (US$ 532,7 milhões) e de importação (US$ 434,5 milhões) ainda estão abaixo dos valores de iguais períodos de 2008 e até mesmo de 2007. Segundo Barral, principalmente em relação às importações há "um efeito cambial visível, sobretudo onde há produção nacional".
Nas exportações do mês passado, itens ligados à indústria automobilística tiveram melhores preços, mas registraram fortes quedas de vendas ao exterior, gerando quedas de receitas de 36,1% em autopeças, 55,1% em motores de veículos e 34,3% em automóveis.
O resultado da balança de fevereiro foi bom devido principalmente às exportações para a China, destino para o qual as exportações brasileiras cresceram 21,18%, em valores totais, saltando de US$ 760 milhões em fevereiro de 2008 para US$ 921 milhões, em igual período deste ano. O salto é ainda maior - 27,9% - se consideradas as médias diárias, que subiram de US$ 40 milhões em fevereiro do ano passado, para US$ 51,2 milhões, em fevereiro deste ano. No mercado asiático, Coréia do Sul, Indonésia, Malásia, Índia e Cingapura também aumentaram seus pedidos no mês passado.
Quanto à Argentina, as exportações brasileiras em fevereiro deste ano somaram US$ 690 milhões, queda de 47,7% frente o total de US$ 1,319 bilhão de igual período do ano passado. Barral disse que o Brasil não vai revidar a atitude argentina de adotar medidas protecionistas com ações semelhantes. "O Brasil não adota essa política", disse, para em seguida, sem citar a Argentina, afirmar que "o Brasil é o país que mais reclama na OMC (Organização Mundial do Comércio)". Há estimativa que 10% da pauta de exportação brasileira para a Argentina está sendo afetada por barreiras. Isso representa um prejuízo potencial de US$ 1,5 bilhão em um ano.