11 de julho de 2008

PF prende sete empresários em Minas


Sete empresários e advogados, com residência e atividades comerciais em Varginha, no sul de Minas, foram conduzidos ontem à tarde, para a Penitenciária Nelson Hungria, de segurança máxima, localizada em Contagem na região metropolitana de Belo Horizonte. O grupo foi preso e acusado pela Polícia Federal por formação de quadrilha, evasão de divisas e lavagem de dinheiro e teria como líder o industrial Cleber Marques de Paiva, que é o administrador da alfândega que funciona no município.

De acordo com as investigações iniciadas no final do ano passado, o grupo falsificava a documentação de desembaraço para exportação de café, que era selecionado e embalado nas instalações da alfândega e que dispõe de imensa área para atividades industriais. A Polícia Federal acusa as empresas Cafezais de Minas Comércio e Exportação de Café, Exportadora Princesa do Sul, Exprinsul Comércio Exterior, Agropecuária Joker e Armazéns Gerais Agrícolas de formarem uma grande quadrilha com objetivo de sonegar impostos e escapar a eventuais cobranças de credores do conglomerado.

A última empresa da lista, é a permissionária da exploração da alfândega, denominada oficialmente de Porto Seco, e de propriedade de Cleber Marques de Paiva. Também foram presos a sua esposa, os advogados André Ferreira e Allison Rocha e mais três pessoas que não tiveram os nomes revelados.

Segundo a PF, no decorrer das investigações descobriu-se, além do pagamento de propinas a funcionários públicos para a liberação de cargas, um esquema de blindagem patrimonial com intenção de burlar o pagamento de dívidas à Fazenda Pública. As fraudes contra o Fisco foram estimadas em R$ 36 milhões. Os mandados de prisão e busca e apreensão foram expedidos pelo juiz da Quarta Vara de Justiça Federal, sediada em Belo Horizonte, para onde foram levadas as denúncias de falsidade ideológica, estelionato contra a Fazenda Pública e lavagem de dinheiro.

Além da intensa movimentação de viaturas policiais, com suas luzes intermitentes, também chamou a atenção da imprensa a presença de muitos advogados criminais na porta do presídio. As sucessivas prisões de empresários e políticos importantes - há menos de dois meses foram presos quase duas dezenas de prefeitos - tornaram a atividade concorrida e muito diferente dos tempos em que esses bacharéis apenas defendiam criminosos de baixa renda. Segundo um dos advogados mais requisitados de Belo Horizonte, a defesa de cada político ou industrial tem o preço médio de R$100 mil, com 25% de entrada e o restante quitado ao longo do processo. Há reajuste quando o processo é encaminhado para tribunais superiores e prêmio em caso de êxito. Os crimes ambientais, que nunca resultam em prisão, também tornaram-se importante atividades para a advocacia, segundo informou.

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