Preconceito pouco é bobagem. Numa batelada só, o coordenador do curso de medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Antonio Natalino Manta Dantas, de 69 anos, atingiu baianos e afro-descendentes com frases que, de tão tortas, colocam em xeque sua permanência no posto. Ao tentar justificar a baixa nota dos alunos da escola no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), o professor saiu-se com esta: “Se não houve boicote dos estudantes, o que não acredito, o resultado mostra a baixa inteligência dos alunos”.
Os alunos de medicina da universidade tiveram conceito 2 no exame. Dantas – ele próprio baiano, diga-se – afirmou numa entrevista que os professores da escola são ótimos. Logo, o resultado seria decorrência do “baixo Q.I. dos baianos”, “hereditário” e verificado por todo mundo que convive com a população. Ao jornal Folha de S.Paulo, o professor disse ainda que o sistema de cotas para afro-descendentes também pode estar por trás do fracasso na prova. “A prova foi feita com alunos do primeiro semestre e do último semestre. Pode estar havendo uma contaminação das cotas e influência da transformação curricular nesse resultado.”
O óbvio mal-estar gerado pelas frases fez com que o reitor da UFBA, Naomar de Almeida Filho, fizesse, na quarta-feira 30, um requerimento à Faculdade de Medicina para afastar Dantas da função de coordenador. Os alunos da UFBA, que abriga o primeiro curso de medicina criado no Brasil, em 1808, também prometem uma manifestação contra as infelizes e racistas declarações. (Carta Capital num. 0494)
Um professor deve saber que o mau desempenho de turmas de alunos compromete muito mais o professor. Seria então a qualidade do corpo docente, onde ele está incluido.
Por que não aceitam que definamo-nos como "racialmete diferentes" (se considerarmos, neste caso, apenas o Q.I.) tendo em vista, que, até agora todos os testes de Q.I. realizados com diversas etnias/raças apontaram que há diferença nos quocientes de inteligência!?
O problema é o 'racismo' ou a 'descriminação racial'?
Apontar as diferenças não significa descriminar; não aceitá-las é anti-ético, é injusto.
---
Será que não estamos excluindo menorias ao considerarmos apenas a axistência das etnias/raças negra, branca e parda?