24 de janeiro de 2008

Lula pede a ministros mais atuação política


Os problemas no relacionamento entre o Executivo e sua base de apoio no Congresso, evidenciados com a derrota do governo com a derrubada da CPMF no Senado e pelas disputas de poder em torno da nomeação de cargos do segundo escalão, pautaram a primeira reunião ministerial deste ano. No encontro realizado no Salão Oval do Palácio do Planalto, que chegou a comparar à "Santa Ceia", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pregou a necessidade de explorar o "capital político" de cada ministro para azeitar a relação com os partidos aliados no Parlamento.
Além da maior participação na articulação política do governo, o presidente pediu a colaboração de sua equipe nos cortes orçamentários, que poderão chegar a R$ 20 bilhões neste ano, e esforço na divulgação de uma agenda positiva do Executivo, contribuição valorosa em ano de eleições municipais.

"A idéia é de que se capitalize melhor os ministros políticos do governo, que esta função de relação com o Congresso não fique exclusivamente com o ministro responsável pela articulação política" relatou o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, escalado como porta-voz da reunião. Para reforçar a intenção de mais proximidade com o Congresso, Lula pretende criar uma extensão ao seu Conselho Político, formado pelos presidentes de partidos aliados. O presidente quer que o conselho, acrescido de um grupo formado por um ministro de cada legenda com participação no governo, reúna-se a cada quinzena para avaliar as demandas do Congresso.

A iniciativa de Lula insere no Conselho Político representantes dos partidos aliados com poder de caneta dentro do governo, o que visa facilitar o atendimento dos pedidos de aliados e manter o Palácio do Planalto permanentemente informado dos entraves no relacionamento com o Legislativo. Um dos problemas apontados pelo presidente nessa relação é a falta de diálogo dentro do corpo ministerial. "Há meses e meses que vocês não conversam entre si, que não trocam idéia", disse Lula, que cobrou a participação dos ministros técnicos nos debates políticos do governo. "A política é o centro da atividade de um governo, tudo que nós fazemos começa pela política e termina tendo um resultado político.

A intenção de maior diálogo dentro do governo e deste com o Legislativo carrega, também, um ‘mea culpa’ do Planalto por seu descuido na relação com a base governista, na esteira da derrota sofrida no Senado.

"Temos 53 senadores e precisamos administrar isso, temos maioria para aprovar qualquer PEC", destacou José Múcio. De acordo com o ministro, o governo precisará consolidar sua base para aprovar a reforma tributária, que deve ser enviada ao Congresso em fevereiro. Múcio não descartou a intenção de conversar com políticos adversários do governo, mas sustentou que os esforços de diálogo terão foco na base governista.

Eleições municipais

No esforço de fazer a base governista sobreviver ao ano eleitoral, o presidente Lula disse também que participará das campanhas para eleições municipais nas cidades onde os partidos da coalizão estiverem unidos. Durante a reunião, foram distribuídas cartilhas com os números positivos e ações do governo, que poderiam ser usadas como material nas eleições municipais.

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