Setor foi o que mais cresceu no primeiro semestre, superando em 9,9% o mesmo período de 2006. Melhor resultado desde 2001 foi obtido graças ao aumento da renda e do crédito e ao controle da inflação
O comércio varejista foi o setor da economia que mais cresceu neste primeiro semestre. De acordo com dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas aumentaram 9,9%, na comparação com os primeiros seis meses de 2006. Foi o quarto semestre consecutivo de alta e o melhor desempenho semestral desde 2001, quando a pesquisa começou a ser feita — o recorde anterior era de 2004, quando o comércio cresceu 9,34% no primeiro semestre. Todos os setores pesquisados registraram elevação (veja quadro). Em junho, o crescimento foi de 0,4% sobre maio e de 11,8% na comparação com junho de 2006. De acordo com cálculos da Confederação Nacional do Comércio (CNC), caso as vendas fiquem estagnadas ao longo de todo o segundo semestre, hipótese pouco provável, o setor fechará o ano com uma expansão de 8,1%.
Na avaliação de analistas, o bom desempenho se deve a uma combinação de fatores, incluindo o aumento do emprego, o crescimento da renda, o controle da inflação, a queda dos juros, o alongamento dos prazos dos financiamentos e a valorização do real, que inundou as prateleiras das lojas de produtos importados. Nem mesmo a recente alta do dólar, provocada pela crise nos mercados financeiros, é capaz de abalar as previsões. “O cenário ainda é bastante promissor, não há qualquer sinal de desaceleração. Nem mesmo uma eventual valorização do dólar”, avalia o economista Alexandre Andrade, da consultoria Tendências, que projeta um crescimento de 8,7% para o ano.
O desempenho do comércio está fortemente ancorado no câmbio favorável, que permitiu ao setor importar bens de consumo duráveis (eletrodomésticos e eletroeletrônicos, por exemplo) e semi-duráveis (como roupas e calçados). Segundo o IBGE, no semestre a venda de móveis e eletrodomésticos cresceu 16,5%, enquanto vestuário e calçados registraram alta de 10,1%. Prova disso é que, apesar do crescimento de quase 10% no varejo, a produção industrial brasileira não acompanhou o ritmo. No primeiro semestre, a indústria cresceu 4,8%, menos da metade do comércio. “A importação de bens de consumo duráveis e semi-duráveis tem crescido bastante, mais de 30%”, afirma o economista-chefe da CNC, Carlos Tadeu de Freitas Gomes.
Sem efeito
Segundo ele, a recente alta do dólar, que ontem rompeu a barreira dos R$ 2 pela primeira vez em três meses, não deve afetar o comércio. “Se as incertezas continuarem, poderá afetar o desempenho de 2008, mas o crescimento deste ano já está garantido”, afirmou. O forte desempenho nas vendas tem levado a CNC a revisar para cima suas projeções. No início do ano, a entidade projetava um crescimento de 5,5%. Hoje, está em 8,5%. “Não se pode descartar um crescimento de até 9% este ano”, adianta Gomes.
Na avaliação do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), a valorização excessiva do real é a responsável pelo fato de o comércio crescer em ritmo bem mais forte que a indústria nacional. “ Será necessário que a economia reaja com maior produtividade e que o câmbio encontre um novo patamar para que a capacidade produtiva nacional satisfaça mais amplamente o mercado consumidor interno”, defende o instituto. Esse fenômeno beneficia o consumidor final. “Apesar do forte aumento da demanda, o fator cambial faz com que os importados abasteçam o mercado interno, segurando a inflação”, diz Andrade, da Tendências.
Brasília
No DF, o desempenho do comércio varejista no primeiro semestre está acima da média nacional, de 9,9%. As vendas locais cresceram 10,4%, o 13º melhor desempenho no país. Mas em junho, na comparação com o mesmo período de 2006, o setor registrou crescimento de 8,9%, abaixo da média nacional de 11,8%.
O comércio varejista foi o setor da economia que mais cresceu neste primeiro semestre. De acordo com dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas aumentaram 9,9%, na comparação com os primeiros seis meses de 2006. Foi o quarto semestre consecutivo de alta e o melhor desempenho semestral desde 2001, quando a pesquisa começou a ser feita — o recorde anterior era de 2004, quando o comércio cresceu 9,34% no primeiro semestre. Todos os setores pesquisados registraram elevação (veja quadro). Em junho, o crescimento foi de 0,4% sobre maio e de 11,8% na comparação com junho de 2006. De acordo com cálculos da Confederação Nacional do Comércio (CNC), caso as vendas fiquem estagnadas ao longo de todo o segundo semestre, hipótese pouco provável, o setor fechará o ano com uma expansão de 8,1%.
Na avaliação de analistas, o bom desempenho se deve a uma combinação de fatores, incluindo o aumento do emprego, o crescimento da renda, o controle da inflação, a queda dos juros, o alongamento dos prazos dos financiamentos e a valorização do real, que inundou as prateleiras das lojas de produtos importados. Nem mesmo a recente alta do dólar, provocada pela crise nos mercados financeiros, é capaz de abalar as previsões. “O cenário ainda é bastante promissor, não há qualquer sinal de desaceleração. Nem mesmo uma eventual valorização do dólar”, avalia o economista Alexandre Andrade, da consultoria Tendências, que projeta um crescimento de 8,7% para o ano.
O desempenho do comércio está fortemente ancorado no câmbio favorável, que permitiu ao setor importar bens de consumo duráveis (eletrodomésticos e eletroeletrônicos, por exemplo) e semi-duráveis (como roupas e calçados). Segundo o IBGE, no semestre a venda de móveis e eletrodomésticos cresceu 16,5%, enquanto vestuário e calçados registraram alta de 10,1%. Prova disso é que, apesar do crescimento de quase 10% no varejo, a produção industrial brasileira não acompanhou o ritmo. No primeiro semestre, a indústria cresceu 4,8%, menos da metade do comércio. “A importação de bens de consumo duráveis e semi-duráveis tem crescido bastante, mais de 30%”, afirma o economista-chefe da CNC, Carlos Tadeu de Freitas Gomes.
Sem efeito
Segundo ele, a recente alta do dólar, que ontem rompeu a barreira dos R$ 2 pela primeira vez em três meses, não deve afetar o comércio. “Se as incertezas continuarem, poderá afetar o desempenho de 2008, mas o crescimento deste ano já está garantido”, afirmou. O forte desempenho nas vendas tem levado a CNC a revisar para cima suas projeções. No início do ano, a entidade projetava um crescimento de 5,5%. Hoje, está em 8,5%. “Não se pode descartar um crescimento de até 9% este ano”, adianta Gomes.
Na avaliação do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), a valorização excessiva do real é a responsável pelo fato de o comércio crescer em ritmo bem mais forte que a indústria nacional. “ Será necessário que a economia reaja com maior produtividade e que o câmbio encontre um novo patamar para que a capacidade produtiva nacional satisfaça mais amplamente o mercado consumidor interno”, defende o instituto. Esse fenômeno beneficia o consumidor final. “Apesar do forte aumento da demanda, o fator cambial faz com que os importados abasteçam o mercado interno, segurando a inflação”, diz Andrade, da Tendências.
Brasília
No DF, o desempenho do comércio varejista no primeiro semestre está acima da média nacional, de 9,9%. As vendas locais cresceram 10,4%, o 13º melhor desempenho no país. Mas em junho, na comparação com o mesmo período de 2006, o setor registrou crescimento de 8,9%, abaixo da média nacional de 11,8%.