Pela primeira vez, produtos do complexo carnes rende US$ 10 bilhões em 12 meses. As carnes têm impulsionado o crescimento das exportações do agronegócio neste ano. De janeiro a junho, o País comercializou com o exterior US$ 26,75 bilhões, valor 25,3% maior que o do mesmo período de 2006. Naquela época, o ritmo de crescimento era de 13%. A expectativa é que as taxas de aumento na receita com exportações continuem altas pelo menos até setembro. Apenas as vendas externas de carnes somaram US$ 5,22 bilhões no semestre, 38,8% a mais, na mesma comparação.
Com o bom desempenho, pela primeira vez o segmento somou US$ 10 bilhões em remessas - no acumulado de 12 meses - entrando no seleto grupo de produtos da balança comercial brasileira que atingem esta marca. Entre julho do ano passado e junho deste ano, as carnes representaram aproximadamente 7% dos US$ 149,96 bilhões exportados pelo Brasil. Do agronegócio, apenas a soja havia chegado ao patamar de US$ 10 bilhões. Fazem parte deste grupo também: material de transporte e componentes, produtos metalúrgicos, petróleo e derivados de petróleo, minérios metalúrgicos e produtos químicos.
"A aceleração do crescimento é muito em função da recuperação das carnes ", diz Eliezer Lopes, coordenador geral de Organização para Exportações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Segundo ele, no ano passado, quem impulsionava era o setor sucroalcooleiro. Agora, além da recuperação das exportações das carnes - que em 2006 foram prejudicadas por embargos sanitários -, outro segmento que tem influenciado no resultado do ano é o complexo soja. No acumulado do ano, as exportações deste segmento aumentaram 27,2%, somando US$ 5,39 bilhões.
Os números do semestre projetam um crescimento no total das exportações do campo de 20% para ano, podendo somar US$ 60 bilhões. Segundo Lopes, apesar do aumento nas importações, que somaram US$ 3,94 bilhões no semestre - 34% superiores a janeiro a junho de 2006 -, a tendência é de um saldo na balança comercial mais elevado que o do ano passado. "O ritmo de crescimento das exportações, em valores, é maior que o das importações. Não há perspectiva de queda no superávit", afirma. De acordo com ele, no acumulado de 12 meses o superávit foi de US$ 47 bilhões ante a US$ 43 bilhões em 2006.
Se considerados os últimos 12 meses, a carne bovina representa 44% do valor exportado (US$ 4,4 bilhões) pelo complexo carnes. Em segundo lugar está a carne de frango, com 38,40%, equivalente a US$ 3,8 bilhões, seguida pela carne suína, com 11,63% -U$ 1,16 bilhão. O agronegócio somou no período US$ 54,8 bilhões em vendas externas, alta de 22,5%.
Em junho, as exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 5 bilhões, um aumento de 19% em relação ao mesmo período do ano passado. As importações cresceram 28,3% e alcançaram US$ 611 milhões, totalizando superávit de US$ 4,4 bilhões. No mês passado, as remessas de carnes foram 33% maiores que no mesmo período de 2006, totalizando US$ 902,9 milhões. Entre os principais produtos, houve queda de 26,3% na receita com exportações do complexo sucroalcooleiro, somando US$ 528,8 milhões. Segundo Lopes, a variação se deveu aos preços mais baixos do açúcar . Os embarques do complexo soja totalizaram US$ 1,2 bilhão, valor 61,4% superior a junho de 2006.